ATA DA TRIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 28-4-2005.
Aos vinte e oito dias do mês de fevereiro de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Pinto, Elói Guimarães,
João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Newton Braga Rosa, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e foi aprovada a Ata da Vigésima Sétima Sessão Ordinária. À MESA,
foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 112/05 (Processo nº 2471/05); pelo Vereador Dr. Goulart, o
Pedido de Providências nº 822/05 (Processo nº 2600/05); pelo Vereador Ervino
Besson, os Pedidos de Providências nos 773 e 889/05 (Processos nos
2505 e 2736/05, respectivamente) e o Pedido de Informações nº 106/05 (Processo
nº 2703/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 126/05 (Processo nº 2669/05); pela Vereadora Manuela d'Ávila, o Pedido de
Providências nº 880/05 (Processo nº 2723/05); pelo Vereador Professor Garcia, o
Pedido de Providências nº 835/05 (Processo nº 2623/05); pela Vereadora Sofia
Cavedon, o Pedido de Informações nº 107/05 (Processo nº 2738/05). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 072, 073, 074, 075 e 076/05, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Edi Xavier Fonseca, Presidenta da
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN, que, mencionando o
trigésimo quarto aniversário dessa entidade, teceu considerações acerca da
reavaliação do Plano Diretor Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA. Nesse
sentido, analisou a necessidade de um sistema de planejamento urbano do
Município, que leve em consideração, principalmente, o respeito à cidadania e a
qualificação ambiental. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Mônica Leal, Clênia Maranhão, Claudio Sebenelo, Neuza Canabarro,
Raul Carrion, Professor Garcia e Carlos Todeschini manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença do Vereador Paulo Floriano Scheeren, Presidente da Câmara
Municipal de Estrela – RS. Às quatorze horas e quarenta e dois minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
homenagear o transcurso do nonagésimo aniversário da Sociedade Gondoleiros, nos
termos do Requerimento nº 075/05 (Processo nº 1484/05), de autoria da Vereadora
Neuza Canabarro e do Vereador João Antonio Dib. Compuseram a Mesa: o Vereador
Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor
Almerindo Prusch, Presidente Executivo da Sociedade Gondoleiros; a Senhora
Eleonora Prusch, esposa do Senhor Almerindo Prusch; o Senhor Francisco Florinal
de Souza, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Gondoleiros; o
Senhor Jaques Machado, representando a Universidade Luterana do Brasil – ULBRA;
o Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença da Senhora Fifa Machado, Vice-Presidenta da
Sociedade Gondoleiros e da Senhora Neusa Mara Skunif Cury. Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Neuza Canabarro, como proponente da presente homenagem, mencionou que
a Sociedade Gondoleiros possui uma forte ligação com este Legislativo,
lembrando que essa entidade teve entre seus Presidentes alguns Vereadores de
Porto Alegre. Sobre o tema, historiou a fundação da Sociedade Gondoleiros e
destacou que imigrantes a organizaram para criar um centro que agregasse os
traços da cultura européia no Município. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor
Garcia parabenizou a iniciativa de se propor a presente homenagem, destacando o
transcurso dos noventa anos da Sociedade Gondoleiros e ressaltando que a
maioria dos empreendimentos da Cidade não conseguem se manter ativa por tantos
anos. Também, destacou a integração da Sociedade Gondoleiros com o Bairro onde
está situada, enaltecendo que esse clube está intimamente ligado à história
daquela comunidade. O Vereador João Carlos Nedel, mencionando estar se
pronunciando também em nome do Vereador João Antonio Dib, um dos proponentes
desta homenagem, que se encontra em Licença para Tratamento de Saúde, saudou a
Diretoria e associados da Sociedade Gondoleiros e lembrou o nome do ex-Vereador
Aloísio Filho, como um dos grandes incentivadores desse clube. Finalizando,
sublinhou a relação de harmonia e amizade existente entre associados e
funcionários da Sociedade Gondoleiros. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou
a presença de alunos, da Professora Fernanda Virgílio e da Diretora Glaci
Pereira, da Escola Neo-Humanista Ananda Marga, presentes à Câmara Municipal de
Porto Alegre para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido
pelo Memorial desta Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Senhor Almerindo Prusch, que destacou a importância do registro hoje
feito por este Legislativo, com referência ao transcurso do nonagésimo
aniversário da Sociedade Gondoleiros. Às quinze horas e dezenove minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o
Vereador Luiz Braz formulou Questão de Ordem acerca do desaparecimento de
documentação relativa à Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada neste
Legislativo para averiguar a compra de um incinerador de lixo pela Prefeitura
Municipal de Porto Alegre em mil novecentos e noventa e um, de acordo com
Requerimento verbal de autoria de Sua Excelência, formulado no dia vinte de
abril do corrente, durante a Vigésima Sétima Sessão Ordinária, o qual
solicitava cópia do Requerimento nº 142/91 (Processo nº 1220/91), tendo a
Vereadora Sofia Cavedon manifestado-se sobre o assunto e o Senhor Presidente
esclarecido que iria determinar as providências necessárias para melhor
informar ao Vereador Luiz Braz acerca do desaparecimento da referida
documentação. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao ex-delegado de Polícia
Nelmo José Bonnett. Também, o Vereador Dr. Goulart manifestou-se acerca do
falecimento do Senhor Aldo Dias Rosa, referido na Vigésima Nona Sessão
Ordinária. Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Sofia Cavedon chamou a atenção para a necessidade de reflexão a
respeito do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos – MOVA, avaliando a
relevância desse Movimento por aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano da
Cidade. Ainda, alegou que o Governo de Porto Alegre deveria valorizar mais o
processo de educação popular e o vínculo político dos educadores com as
comunidades, de forma a manter o MOVA como uma de suas expressões. O Vereador
Aldacir Oliboni, noticiando ter recebido denúncia a respeito de ambulâncias do
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU – paradas em uma oficina da
Cidade, relatou que Sua Excelência e sua assessoria averiguaram e constataram a
veracidade desse fato. Sobre a questão, lamentou que, das dezesseis ambulâncias
doadas pelo Governo Federal ao Município, apenas seis estejam em pleno
funcionamento em Porto Alegre. Na ocasião, o Vereador Carlos Comassetto
formulou Requerimento verbal, solicitando informações acerca da forma como será
definida pela Mesa Diretora a indicação do representante deste Legislativo
junto à Comissão de Revitalização do Cais Mauá, formada por representantes dos
Governos Estadual e Municipal, tendo o Senhor Presidente declarado que,
posteriormente, prestaria esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Bernardino Vendruscolo teceu considerações acerca do Requerimento nº
124/05, de sua autoria, que destina o período de Comunicações do dia vinte e
cinco de maio do corrente para homenagear a Companhia Riograndense de Artes
Gráficas – CORAG. Sobre o assunto, salientou a importância dessa instituição
para o Estado, mencionando projetos sociais ali desenvolvidos, voltados à
criação de vagas de trabalho para deficientes auditivos e ex-detentos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo, dando continuidade ao
seu pronunciamento em Comunicações, referiu-se à proposta apresentada por Sua
Excelência, de homenagem à CORAG. Ainda, comentou o significado da obra de
Érico Veríssimo para a formação cultural do povo gaúcho, referindo-se ao
Requerimento nº 054/05, de sua autoria, que institui, nesta Câmara, o ano
comemorativo do centenário de nascimento desse escritor. Na ocasião, o Vereador
Bernardino Vendruscolo procedeu à entrega à sua filha, Anita Bibiana
Vendruscolo, dos volumes I e II da obra “O Tempo e o Vento”, do escritor gaúcho
Érico Veríssimo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d’Ávila relatou
manifestação ocorrida ontem em Brasília, em prol do sistema educacional
brasileiro, declarando que destinar recursos a programas de educação e
qualificar os profissionais dessa área é uma forma eficaz de garantir o
desenvolvimento do País. Finalizando, lembrou que amanhã, no Plenário Ana
Terra, será realizada reunião para debater questões atinentes ao funcionamento
de bares localizados no Bairro Cidade Baixa. O Vereador Ervino Besson aludiu à
reportagem publicada ontem no jornal Zero Hora, intitulada “BM inova para
conter violência em Porto Alegre”, defendendo a implantação dos conselhos
comunitários citados nessa matéria, como meio de garantir a participação dos
cidadãos nos projetos de policiamento da Cidade. Nesse sentido, salientou que
integrar os órgãos públicos e a população garante a otimização e a melhoria dos
serviços de segurança pública hoje vigentes no Município. A Vereadora Mônica Leal
citou o transcurso da “Pessach”, a Páscoa Judaica, no período de vinte e três a
trinta de abril, analisando o significado dessa data, como festa destinada a
relembrar a libertação dos judeus e o êxodo do Egito vivenciado por esse povo
há três mil anos. Também, pronunciou-se quanto ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 092/05, de sua autoria, que
institui, junto à Secretaria Municipal de Saúde, a Central de Informações de
Estoque Excedente de Hemocomponentes. A seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria do Vereador João Carlos Nedel, vice-Líder da Bancada do PP,
solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde, no dia de hoje, para o Vereador João Antonio Dib, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Newton Braga Rosa,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do MERCOSUL. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Margarete Moraes, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Zé Valdir, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a
prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que
Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelos Suplentes Guilherme
Barbosa e Marcelo Danéris, informando seus impedimentos em assumirem a vereança
no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Também, foram
apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Maristela Maffei, Líder da
Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Gerson Almeida e Mauro
Pinheiro em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora
Margarete Moraes. Em prosseguimento, nos termos do § 8º do artigo 12 do
Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Zé Valdir, que
registrou sua satisfação por assumir a função de Vereador de Porto Alegre,
ressaltando a importância e os reflexos resultantes da pluralidade observada na
composição desta Câmara Municipal durante a presente Legislatura. Ainda, aludiu
ao trabalho de Sua Excelência como Coordenador da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, frisando que essa assessoria viabiliza uma participação contínua
nos debates da Casa em busca de soluções aos problemas da Cidade. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Pinto discursou acerca dos problemas
enfrentados pela população no acesso aos serviços de saúde, destacando a importância
da justiça social como mediadora entre a liberdade extrema e o socialismo
ortodoxo. Sobre o assunto, propugnou por maior número de profissionais e
disponibilização de mais recursos públicos no atendimento médico à sociedade, a
fim de que a dignidade humana seja preservada em primeiro lugar. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Claudio Sebenelo questionou o contrato firmado pelo
então Governo Municipal do Partido dos Trabalhadores com a empresa Savar
Veículos, para manutenção de ambulâncias pertencentes à Prefeitura de Porto
Alegre. Ainda, considerou abusivo o custo de trezentos e oitenta mil reais
anuais pagos por esses serviços, elogiando a decisão do atual Governo de
contratar outra empresa para prestar esses serviços. Na ocasião, os Vereadores
Luiz Braz e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca da decisão da presidência dos
trabalhos de desligar o som dos microfones de apartes durante o pronunciamento
do Vereador Claudio Sebenelo, em Comunicações, tendo o Senhor Presidente
prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Elias Vidal discorreu acerca dos problemas habitacionais verificados em Porto
Alegre, contestando as políticas implementadas nessa área pelo Governo do
Partido dos Trabalhadores quando à frente do Executivo Municipal. Sobre o tema,
alegou que a intervenção da Prefeitura na construção do Conjunto Habitacional
Dona Leopoldina foi benéfica à Construtora Guerino e prejudicial aos interesses
públicos. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e
das Professoras Adriane e Raquel, da Escola Municipal Chico Mendes, presentes à
Câmara Municipal de Porto Alegre para participarem do Projeto de Educação
Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Também, o Vereador Carlos
Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando que o Vereador Claudio
Sebenelo apresente provas das denúncias feitas durante seu pronunciamento em
Comunicações, acerca dos gastos com a manutenção mecânica de ambulâncias
pertencentes ao Município, tendo o Senhor Presidente determinado que o referido
Requerimento fosse encaminhado por escrito. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora
Sofia Cavedon discordou do pronunciamento do Vereador Elias Vidal em
Comunicação de Líder e asseverou que a participação da Prefeitura foi decisiva
para que milhares de pessoas tivessem moradia. Também, repudiou a retirada de
tramitação, pelo Governo Municipal, do Projeto de Lei que institui o Plano
Municipal de Educação, exclamando que várias entidades participaram de sua
elaboração e julgando essa medida desrespeitosa à população. Na ocasião, o
Senhor Presidente esclareceu que o Requerimento formulado anteriormente pelo
Vereador Carlos Comassetto, acerca das denúncias apresentadas pelo Vereador
Claudio Sebenelo, em Comunicações, não tem necessidade de ser formulado por
escrito e determinou à Diretoria Legislativa a inclusão dos apanhados
taquigráficos do referido pronunciamento como parte do Requerimento feito. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Sebastião Melo apontou aspectos negativos na área
educacional do Município nos últimos anos e relatou reunião com o Prefeito
Municipal acerca de problemas no entorno da Estação Rodoviária, citando como
exemplo os meninos de rua, os engarrafamentos e o comércio ambulante ilegal.
Ainda, elogiou a transferência da atividade comercial portuária para o Cais
Navegantes, defendendo a utilização do Cais do Porto como pólo cultural e
gastronômico. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos
Senhores Allen Taylor, do Coronel Verlaine e do Senhor João Antonio Pancinha Costa,
representando o Rotary International. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Professor Garcia parabenizou o Jornal Zero Hora pelo editorial de hoje,
intitulado “Educar é Tudo”, e discutiu a importância da educação como formadora
das visões sociais e coletivas nas pessoas. Além disso, mencionou o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 019/05, que altera o Código Municipal de
Saúde e permite que escolas tenham mini-zôos, sustentando que esta mudança
favorecerá uma formação mais humanitária da juventude. O Vereador Zé Valdir
manifestou-se a respeito da manutenção, pelo atual Governo Municipal, do
Programa de Orçamento Participativo, alegando haver contradições nos
posicionamentos dos Vereadores que apóiam o Prefeito José Fogaça, uma vez que,
segundo Sua Excelência, por ocasião da campanha eleitoral, foram feitas
acusações de que esse sistema de participação popular seria um elemento de
manipulação política do Partido dos Trabalhadores. A Vereadora Clênia Maranhão
divergiu das opiniões apresentadas pelo Vereador Zé Valdir, em Comunicação de
Líder, alegando que atualmente o Governo Municipal tem aprimorado o Programa de
Orçamento Participativo e que as comunidades têm dado maior valor a esse
sistema de consulta popular. Ainda, explicou que não há qualquer contradição
entre a convivência mútua da democracia representativa e o Programa de
Orçamento Participativo. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o Vereador Elói Guimarães
registrou sua presença, ontem, em ato promovido pela Rede Brasil Sul de
Telecomunicação, onde foi lançada a campanha “Educar é Tudo”, elogiando essa
empresa pelo destaque que será dado a um tema de tamanha relevância. Nesse
sentido, frisou que o objetivo dessa campanha é despertar uma maior consciência
sobre a necessidade de uma educação de qualidade, reiterando ser esse o caminho
para a superação dos problemas do País. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 109 e
111/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/05, discutido pelos
Vereadores Carlos Todeschini, Professor Garcia e Carlos Comassetto, o Projeto
de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05, discutido pelos Vereadores Professor Garcia
e João Carlos Nedel, o Projeto de Resolução nº 087/05; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 185/04, 066 e 099/05, este
discutido pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 012/05, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos
de Resolução nos 079, 084 e 085/05; em 4ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 081/05; em 5ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 072
e 075/05, este discutido pelo Vereador Carlos Comassetto. A seguir, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação Nominal, 1º
Turno, foi aprovado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/05, com ressalva
da Emenda a ele aposta, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela
d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Newton Braga Rosa, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion,
Valdir Caetano e Zé Valdir. Foi aprovada a Emenda nº 02 ao Projeto de Emenda à
Lei Orgânica nº 004/05, por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Pinto,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Paulo Odone,
Professor Garcia, Raul Carrion, Valdir Caetano e Zé Valdir. Em Votação Nominal,
foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/04, por vinte e seis votos
SIM, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton
Braga Rosa, Paulo Odone, Raul Carrion e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 042/05, o qual teve sua discussão
adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Raul
Carrion. Às dezoito horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de
quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Mario Fraga, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Aldacir Oliboni e
secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Do que
eu, João Carlos Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores
1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
A Srª Edi Xavier Fonseca, representando a
Agapan, está com a palavra, para tratar de assunto relativo ao transcurso do
34º aniversário da Entidade, as Áreas Especiais de Interesse Cultural, PDDUA,
pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. EDI XAVIER FONSECA: Primeiro eu gostaria de desejar uma boa
tarde ao Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães,
e, cumprimentando-o, cumprimento a todos os demais Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras desta Casa. Gostaria também de cumprimentar a comunidade da Zona
Sul, que está presente; a comunidade do Bairro Moinhos de Vento e, em especial,
os meus colegas da Agapan.
O Município de Porto Alegre encontra-se
sobre um sítio extremamente importante biológica e geologicamente, o que o
torna, a priori, uma área especial.
Porto Alegre foi uma das primeiras
cidades brasileiras a se preocupar com planejamento; desde o início do século
já havia estudos de como melhor ocupar o solo, os espaços urbanos da nossa
Cidade.
Em apenas 50 anos, houve no Brasil uma
inversão significativa da população rural para a urbana. Hoje, cerca de 80% da
população brasileira vive em cidades, tornando o País o mais urbanizado do
mundo. Esse fenômeno não é exclusivamente brasileiro, pois a maioria da
população mundial vive em grandes cidades. Essa grande concentração
populacional em um único espaço acarreta inúmeros problemas, tais como:
esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos, circulação e transporte,
manejo de águas pluviais e cloacais e ainda um alto custo energético para a
manutenção dessas megacidades.
A concentração urbana proveniente da
sociedade industrial provocou não só um inchaço nas cidades, mas,
principalmente, passou a intervir de maneira radical no modelo de urbanização
das mesmas. Segundo Castells: “Modificaram-se as relações entre o espaço
construído e as transformações estruturais de uma cidade”.
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
e Ambiental de Porto Alegre, embora tenha proposto um plano de desenvolvimento
de natureza sustentável, com participação democrática e de espírito humanista,
não teve, ao longo de cinco anos, a resposta popular à sua primordial
justificativa.
Deveria ele contemplar e implementar
harmonicamente suas sete estratégicas: estruturação urbana, mobilidade urbana,
uso do solo privado, qualificação ambiental, promoção econômica, produção da
cidade e sistema de planejamento. No entanto, o que podemos constatar nesse
período é que os objetivos relativos à qualificação ambiental, produção da
cidade e sistema de planejamento, por omissão do Poder Público, ou por pressão
das pequenas, médias e grandes corporações, não foram colocadas em prática.
Como conseqüência desse descompasso, consagrou-se uma visão predominantemente
imobiliária de nossa cidade, desalojando moradores e subtraindo ambiências, não
permitindo viver e enxergar a Cidade na sua totalidade, fragmentando-a e
desconfigurando-a.
A influência mercantilista do atual Plano
Diretor sobre os moradores de Porto Alegre causou, em um determinado espaço e
tempo, uma alienação constrangedora. Todavia, sabemos que a liberdade humana
alicerça-se primeiramente por meio da sua sensibilidade. Portanto, a perda
gradativa de áreas culturais historicamente vivenciadas pelos cidadãos em seus
bairros que com este Plano começaram a ser sepultadas por edificações descomunais
e injustas, deflagraram nos quatro pontos de nossa Cidade um grito de alerta
para cessar esse desenfreado modelo de desenvolvimento urbano que não respeita
minimamente a cidadania.
A Agapan, entidade ecológica precursora
do movimento ambientalista, cujo lema é “A Vida Sempre em Primeiro Lugar”,
atenta às questões locais, não poderia deixar de manifestar-se quanto aos
debates que ora norteiam a reavaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental.
O PDDUA tem como premissa ordenar e regular o
desenvolvimento sustentável de nosso Município. Sabemos não ser possível nem
admissível um crescimento contínuo. A sustentabilidade, conforme ensinou o
mestre Lutzenberger, “é um crescimento que respeita o meio ambiente, que usa
tecnologias limpas e que vai controlar a poluição da miséria”. Foi ainda mais
longe ao usar expressões analógicas próprias quando falou: “Crescimento, como
definido pelos atuais economistas ou empresários, é um processo quantitativo
exponencial, que não pode ser sustentável. Na natureza, processos desse tipo
são sempre muito limitados no tempo ou terminam em colapso”.
A Agapan, ao longo desses 34 anos, ontem
completados, sempre defendeu de forma radical as questões ambientais e
políticas propositivas que a elas estivessem relacionadas. No tocante à
reavaliação do Plano Diretor, não poderia ser diferente, posto que no seu bojo
as Áreas Especiais de Interesse Ambiental aparecem com extrema relevância.
O PDDUA refere que a identificação dessas
áreas e suas diretrizes encontram-se na Lei Orgânica do Município e que as
políticas de preservação dos patrimônios cultural e ambiental dividem-se em: I
- Áreas de Proteção de Ambiente Natural; II - Áreas de Interesse Cultural, e
que ambas devem ser tratadas com idêntica importância.
Há, por exemplo, uma divergência com
relação à inclusão de mais de 35 Áreas de Interesse Cultural que foram
estudadas por entidades educacionais, juntamente com diversos órgãos da
Administração Municipal e que constam em Decreto Municipal nº 14.530/2004, totalizando
80 áreas.
O conjunto de bens naturais e culturais,
cujo valor inestimável passaram a fazer parte definitivamente da população e da
municipalidade, não só estão vinculadas a essa geração, como deverão ser
igualmente preservados às gerações que nos sucederem. Portanto, a idéia de
posse coletiva desses patrimônios, nos remete à cidadania plena, pois eles
pertencem a todos nós, cidadãos deste Município, e com essa relevância devem
ser tratados.
O elo cultural é a forma de comunicação
de indivíduos e seus grupos sociais com o planeta, ele é, portanto, uma herança
que coloca os seres humanos em reaprendizados constantes com o meio ambiente e
com seus valores éticos e estéticos, cuja resultante é o processo evolutivo de
suas próprias vivências e interações culturais, políticas, sociais e
ambientais.
O território para o ser humano não é só
onde ele habita, circula ou labora, é o que lhe dá consciência e simbolismo de
pertencer àquele determinado grupo social. Portanto, a desterritorialização
induz a um processo alienante em representações sociais, que, em suma, produz a
desculturalização e o distanciamento do mesmo com relação ao seu ambiente
natural.
O modelo de urbanização de uma cidade é o
grande fermento mutagênico que desvela e amplia, ou não, o grau de consciência
de seus habitantes em consonância com suas ambiências.
Segundo Lúcio Costa, “cidade é a
expressão palpável da necessidade humana de contato, comunicação, organização e
troca - numa determinada circunstância físico-cultural e num contexto histórico”.
A Agapan postula que nenhum egoísmo
auxilia na purificação da vida social. A sociedade somente se tornará
humanizada, quando as individualidades florescerem na sua plenitude.
De Platão a Marx, “somente a Polis, em
comunidade com outros, o homem é capaz de cultivar em todas as direções todos
os seus dotes, afirmando a sua liberdade, pois não há liberdade solitária”. Em
nossos novos tempos complementaríamos como liberdade solidária.
Um PDDUA descentralizador e verdadeiramente participativo é o que almejamos neste momento de sua reavaliação, bem como, que os moradores sejam ouvidos e que suas reivindicações sejam incorporadas nesse processo, visto que a realidade de sua concretude lhes diz respeito diretamente.
“Considerando o território como um
conjunto de lugares, e espaço nacional como um conjunto de localizações,
segundo Milton Santos, temos que estas estarão sempre mudando, não obstante o
lugar fique o mesmo, em vista do constante rearranjo dos valores atribuídos a
cada lugar e às atividades e pessoas presentes. Neste caso, urge que os
processos corretivos sejam também permanentes, de modo a restabelecer os
valores perdidos”.
Com a aprovação da nova Lei nº
10.257/2001, denominada Estatuto da Cidade, cujo Parágrafo Único estabelece
normas de ordem pública e interesse social que regulamenta o uso da propriedade
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem
como do equilíbrio ambiental.
Nesta Lei foram introduzidos importantes
instrumentos para a política urbana, destacamos: o zoneamento ambiental; a
instituição de zonas especiais de interesse social; o referendo popular e
plebiscito, e o impacto de vizinhança. A partir dela, foi permitido avaliar os
impactos causados por empreendimentos e atividades urbanas, trata-se de um
importante instrumento de gestão ambiental e que dá suporte ao Estudo de
Impacto Ambiental, previsto na Constituição de 1988 e na Resolução do Conama nº
237/97.
Segundo o Plano Diretor Participativo do
Ministério das Cidades de 2004: “Avaliar impactos é exigência contemporânea de
uma sociedade que está assistindo ao escasseamento dos recursos naturais, ao
esgotamento dos grandes aglomerados urbanos e à degradação das relações de
vizinhança que não têm mais como viver em sociedade, buscando padrões de qualidade
de vida sem analisar e incidir sobre os empreendimentos, as atividades e o seu
próprio universo, a partir das relações estabelecidas do projeto com a
possibilidade de absorção pelo meio no qual irá inserir-se. A implantação de
empreendimentos e atividades, além das tradicionais limitações administrativas
físico-territoriais e de zoneamento, relacionadas ao regime urbanístico da
gleba e da atividade prevista para a região, passam a submeter-se a outro
exame, relativo à possibilidade fática de absorção do empreendimento no local
proposto, bem como da compatibilidade com o local no qual pretende se
instalar”.
Encerrando, gostaria de deixar para
reflexão as seguintes palavras de nosso Mestre Fundador José Lutzenberger, no
livro: Sinfonia Inacabada - A Vida de José Lutzenberger - escrito por Lilian
Dreyer: “...Porto Alegre era uma cidade linda antigamente. Os limites urbanos
eram definidos, e dentro deles tínhamos uma arquitetura muito bonita...Nós
íamos nadar no Dilúvio, um riacho sinuoso de águas límpidas. Agora está
desfigurado, morto, imundo...Meu pai cresceu próximo à cidade de Munique e
esteve lá pela última vez em 1920, depois nunca mais retornou à Alemanha, mas
se ele no final do século XX, chegasse, vamos supor, à praça central de
Munique, ele reconheceria tudo. Por outro lado, se retornasse à Jacinto Gomes,
rua em que ele morou até falecer, em 1951, ele não reconheceria mais nada, só a
nossa casa...Surge um bairro de residências, tudo com casas de um andar. De
repente botam um espigão do lado da minha casa de um andar. E o meu jardim se
transforma num aquário!”
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos a Srª Edi
Xavier Fonseca a fazer parte da Mesa.
A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, como representante do
Partido Progressista e em nome dos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Newton Braga e do Secretário Municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch,
grande defensor do meio ambiente e colaborador da Agapan, congratulo-me com a
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural pela passagem de mais um
aniversário. Festejamos os 34 anos da luta difícil e contínua dessa instituição
pioneira, fundada em Porto Alegre pelo ecologista José Lutzenberger, em busca
de uma melhor qualidade para todos nós por meio do respeito à natureza.
Essa luta teve repercussões, conquistando
o apoio da mídia e muitas adesões, principalmente dos jovens. Entidades
similares foram surgindo em todo o Brasil e o movimento fez com que os
governantes começassem a respeitar seus ideais e reivindicações, criando
Ministérios, Secretarias e outros órgãos voltados à ecologia. Como decorrência,
surgiram as primeiras leis de proteção ambiental, regulando, entre outros
itens, o uso de pesticidas nas lavouras e controle de queimadas e
desmatamentos.
Muito longe de acomodar-se e ainda com
muitos objetivos traçados, a Agapan sugere e promove ações de preservação e
manutenção de áreas verdes e dos cursos d’água, apoio a comunidades indígenas e
discussão a respeito de edificações que produzem impactos ambientais severos.
Cria em todos nós a consciência de nossa responsabilidade quanto ao futuro de
nossas cidades, nosso campo, nosso País, e, principalmente, do legado que
passaremos aos nossos descendentes.
Por tudo isso, só podemos manifestar
profundos agradecimentos à Agapan na pessoa de sua Presidente, Sra. Edi Xavier
Fonseca, e fazer votos de que persistam, nunca esmoreçam nessa luta que deve
ser de todos nós. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a
presença do Presidente da Câmara Municipal de Estrela, Paulo Floriano Scheeren.
Cumprimento V. Exª; sinta-se como se na sua Câmara estivesse.
A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, queríamos saudar a Presidente da Agapan, Edi
Xavier Fonseca, todos os militantes, ambientalistas que acompanham a presença
da Agapan nesta Casa, queria saudar, também, os militantes do Movimento Porto
Alegre Vive, que estão acompanhando esta Sessão; quero dizer para a Agapan que
é um prazer, é um privilégio deste Parlamento poder compartilhar com vocês uma data
tão significativa na vida de uma entidade, porque nós sabemos que há muitas
entidades, mesmo com belas causas, infelizmente às vezes efêmeras. Uma Entidade
que completa 34 anos numa realidade tão mutável, como a realidade deste Século
XXI, merece de todos os cidadãos e cidadãs uma atenção muito especial. E
seguramente o motivo da permanência da história que vocês continuam trazendo é
a seriedade e o significado para a sociedade, neste século, do tema que vocês
defendem, que é a questão ambiental.
Eu acho que nós, os Parlamentares, que
somos pessoas que temos que cuidar de tantos e tantos problemas da Cidade,
temos muito a agradecer a uma entidade que se aprofunda sobre esse tema, porque
ela permite, através das suas pesquisas, dos seus subsídios, das suas denúncias
e dos seus estudos, que nós possamos nos apropriar com mais profundidade dos
conteúdos dessa luta, incorporarmos essas idéias às decisões políticas,
decisões essas que cabem exclusivamente, no caso do Parlamento, às senhoras
Vereadoras e aos senhores Vereadores. Mas seguramente nossas decisões não
seriam acertadas, se nós não nos inspirássemos e não bebêssemos nas fontes que
efetivamente focam uma temática e nela se aprofundam. Parabéns; vida longa à
Agapan!
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Ilustre Drª Edi, temos aqui a presença da
nossa companheira da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Mônica Leal, eu queria
acentuar algumas coisas que eu acho que são um compromisso desta Câmara. Nós,
aos poucos, quando começamos a viver, nós começamos a experimentar e a nossa
experiência é que Porto Alegre tinha os seus grandes encantos nos seus
microclimas que até hoje existem, mas eles estão sendo alterados pela mão do
homem. Na minha casa eu tenho 36 ou 37 espécies de passarinhos, que não
existiam aqui, e aos poucos eles foram se adaptando aos comportamentos urbanos.
E, hoje, eu convivo - as minhas manhãs
são extremamente alegres - com os passarinhos.
Será que nós, homens públicos, não
estamos entendendo que cada centímetro de mata atlântica derrubada dentro de
Porto Alegre seria o pouso desses animais, das aves de longo curso?
Será que a mudança dos microclimas, será
que os alagamentos na cidade de Porto Alegre, será que essas luzes vermelhas,
que a toda hora se acendem ao Executivo e Legislativo Municipais, será que isso
também não está nos chamando a atenção para essa idéia central e absurda de que
o homem não faz parte do meio ambiente - só os animais, a fauna e a flora -, e
que nós não fazemos parte dessa flora?
Porque o único e grande argumento para
que a senhora esteja aqui, e que nós, há 34 anos tenhamos o privilégio de
conviver com a Agapan, é que temos a certeza de que temos de deixar como
compromisso pela dignidade da vida, para as próximas gerações, uma cidade bem
melhor do que esta que estamos legando, uma cidade que poderia ser muito
melhor.
Desgraçadamente, não é nesta data o que
podemos dizer.
Acho que das áreas de cultura, lazer e,
principalmente, de conservação do meio ambiente, não podemos abrir mão de um
centímetro. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, em nome da Bancada do PDT - Mario Fraga, Márcio Bins Ely, Ervino
Besson, Nereu D’Avila, Dr. Goulart - quero cumprimentar a Associação Gaúcha de
Proteção ao Ambiente Natural - Agapan - pela sua luta e perseverança em prol da
defesa do ambiente natural de nossa Cidade.
Temos a certeza de que o Prefeito Fogaça
e a Câmara de Vereadores serão parceiros dessas justas reivindicações durante
os trabalhos que serão realizados na tramitação do Projeto do Plano Diretor.
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Nós gostaríamos de saudar a Agapan, em
nome de sua Presidenta, nossa amiga Edi, pela passagem dos 34 anos, em meu
nome, em nome da Verª Manuela, Líder do nosso Partido; e em seu nome saudamos
todas as lideranças que se fazem presentes: Moinhos de Vento, Região Sul, o
Arquiteto Nadruz, sempre presente batalhando pela preservação da identidade da
nossa Cidade.
Não precisaríamos falar da importância da
Agapan e da sua trajetória vitoriosa não só em relação aos ambientalistas, mas
à sociedade gaúcha que a conhece. É a primeira entidade preservacionista do
País, que realiza um trabalho fundamental diante de uma sociedade consumista,
em que o lucro imediato, o lucro fácil prevalece sobre a própria preservação do
planeta. Esse trabalho formou no nosso Estado uma consciência muito importante.
Também o outro tema que traz, aqui, a
Agapan, a preservação das Áreas Especiais de Interesse Social, tem gerado uma
grande discussão nesta Casa. No ano passado, conseguimos derrotar um decreto
legislativo que pretendia anular o Decreto que hoje sustenta a preservação
desses espaços. Teremos, agora, uma Comissão Especial do Plano Diretor que vai
analisar, com carinho, e, certamente, a Agapan e as entidades das comunidades
interessadas estarão acompanhando, porque são decisivas para que a Câmara faça
um encaminhamento adequado.
Para concluir, eu queria relembrar que
Porto Alegre, o seu espaço urbano - segundo avaliação do próprio Plano Diretor
anterior ainda -, coloca a possibilidade de abrigar dois milhões e 700 mil
pessoas, e temos somente um milhão e 400 mil pessoas, nem isso. Então, é
possível ocupar espaços vazios, os chamados vazios urbanos, outras áreas, e
preservar tudo aquilo que a nossa Cidade construiu nesses anos.
Então, parabéns à Agapan, e podem contar
com a Bancada do Partido Comunista do Brasil nessa luta. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Srª Presidenta da
Agapan, Srª Edi, primeiro, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista
Brasileiro, queremos parabenizar a entidade que completa 34 anos. Trinta e
quatro anos de lutas; lutas das mais diversas, seja pela simples natureza de
manter uma árvore às questões macros.
Eu sempre entendo que a Agapan, numa
linguagem simbólica, é o nosso Greenpeace.
Vocês fazem com perfeição essa luta diária. E, hoje, olhando ali, vi vários
expoentes daqueles que lutam no seu dia-a-dia por essa causa nobre, que é uma
causa que cada vez mais necessita de apoio, porque a questão da proteção
ambiental está ligada a todos os movimentos.
Acho que vocês, neste ano, vão ter um
trabalho muito árduo aqui dentro, nesta Casa, com a questão do Plano Diretor.
Essa solidificação, a atenção e,
principalmente, o reconhecimento da sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande
do Sul para com a entidade é o maior sustentáculo que nós podemos ter com essa
garantia. Parabéns, e que cada vez mais vocês continuem com esse envolvimento.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Eu quero saudar o Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; quero saudar a Agapan, na pessoa da sua Presidente, Sra. Edi
Xavier Fonseca. A entidade faz aniversário, são 34 anos de gloriosa luta. Saúdo
todos os membros, militantes, amigos e simpatizantes da Agapan e da causa
ecológica aqui no Rio Grande do Sul.
Quando nós vemos a marca Agapan nos
lembramos sempre das memoráveis lutas e entusiasmada ação do nosso mestre
Professor José Lutzenberger, nas suas memoráveis lutas, como, por exemplo, a
luta contra os agrotóxicos, que foi uma luta pioneira no Brasil. A luta contra
a extinção dos cítrus no Rio Grande do Sul, uma luta também gloriosamente
vencida pelos ambientalistas. A luta contra o lançamento dos esgotos no rio
Guaíba, na época da ditadura militar, e que nos foi posta goela abaixo. Enfim,
a luta por um mundo melhor e mais saudável.
Tenham vocês, com certeza, aqui nesta
Casa, o apoio de um dos centros do poder e de soberania local. O que tem de bom
é construído por aqui. E aquilo que complica a Cidade, que traz problemas,
também é construído por esta Casa.
Nós teremos, no sábado, por exemplo, uma
lei que determina o prazo para entrar em vigor a adequação das estações de
radiobase na Cidade. Depois de 36 meses, agora, em 30 de abril, é o prazo
derradeiro para todas as estações se adequarem. E ainda restam mais de 55
estações que não estão adequadas, com certeza colocando em risco a população da
nossa Cidade. Por isso, nós seremos intransigentes na cobrança e na exigência
de que o Executivo faça com que a Lei seja cumprida, e assim deve ser, porque
conforme o lema da Agapan, a vida está em primeiro lugar. Parabéns a todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saudamos a Srª Edi
Xavier Fonseca, Presidenta da Agapan. A Agapan é uma legenda na luta
ambientalista na cidade de Porto Alegre. Quando se fala em Agapan também é de
toda justiça, como fizeram aqui, lembrar o nome do Professor Lutzenberger.
Portanto, Srª Edi, receba a saudação da
Casa, pela importância da Agapan, bem como saudamos os movimentos
ambientalistas. Queremos dizer que os senhores da Agapan já estão convidados a
vir à Casa para os debates que serão travados na questão relativa ao Plano
Diretor. A Agapan é uma peça fundamental neste debate para que se proponham
alterações em uma cidade e que sejam propícias à vida.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h43min): Estão
reabertos os trabalhos.
Hoje, este período é destinado a
assinalar o transcurso do 90º aniversário da Sociedade Gondoleiros, nos termos
do Requerimento nº 075/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro e do Ver. João
Antonio Dib, Processo nº 1.484/05.
Convidamos para compor a Mesa: o Dr.
Almerindo Prusch, Presidente-Executivo da Sociedade Gondoleiros, e sua esposa
Eleonora Prusch; o Sr. Francisco Florinal de Souza Neto, Presidente do Conselho
Deliberativo da Sociedade Gondoleiros; o ex-Vereador Sr. Jaques Machado,
representante da Ulbra, que pertence ao Gondoleiros desde pequenininho.
(Palmas.)
Queremos também registrar a presença da
Vice-Presidente do Gondoleiros, Sra. Fifa Machado; e de Mãe Neusa Cury.
(Palmas.)
A Verª Neuza Canabarro, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu gostaria de citar duas pessoas que não estão fazendo parte da
Mesa, mas estão aqui presentes: a Vice-Presidente Hilda Maria Fifa Machado,
nossa amiga e companheira, de quem quero ser a realizadora dos seus sonhos
nesta Câmara de Vereadores, e o Sr. Flávio Zacher, pai do nosso companheiro
Mauro, que, como Secretário, está em viagem de serviço; muito obrigada pelas
suas presenças.
Nobres Vereadores, nobres Vereadoras,
senhoras e senhores. Gondoleiros, 90 anos! Coincidências não são acasos! A
Sociedade Gondoleiros sempre esteve ligada a esta Casa, cujo nome é Palácio
Aloísio Filho. Veja só, Presidente, Ver. Elói Guimarães, José Aloísio Filho, ao
mesmo tempo em que era Vereador de Porto Alegre, era Presidente do Clube. Mais
novas coincidências: Zacarias de Azevedo e Walter Kauffmann também ocuparam os
dois cargos, com muita honra: Presidente dos Gondoleiros e Vereadores de nossa
Cidade.
Mas vamos retomar um pouco a história do
Gondoleiros. Imigrantes italianos, grande parte deles vindos de Veneza, ao Sul
da Itália, que entenderam fundar uma sociedade sedimentada na cultura de suas
origens, cujo tripé de sustentação era a arte, a sociabilidade e o carnaval. Já
havia no 4º Distrito, àquela época, a Sociedade de Canto e Música, formada por
um grupo de famílias alemãs que tinha vindo morar em chácaras ao longo da hoje
chamada Av. Cairu, assim como a Sociedade de Canto Humberto Primo, fundada por
um grupo de italianos.
Lá pelos idos de 1915, um grupo de
moradores desse bairro foi em busca de pessoas que se engajassem na criação de
um clube onde pudessem congregar toda a cultura que haviam trazido de sua terra
natal. Dessa forma, aos cinco dias do mês de março daquele ano, nasce a
Sociedade Gondoleiros. Sabe-se que inicialmente chamou-se Sociedade
Carnavalesca Gondoleiros, com a finalidade de manter viva na memória a figura
dos gondoleiros, barqueiros que levavam as gôndolas em Veneza, sempre a cantar
e a transmitir uma alegria contagiante.
O Clube Gondoleiros teve seu desenvolvimento
fundamentado na cultura européia e destacamos um grupo de teatro e uma
orquestra chamada Clube Musical Gondoleiros, que atendia ao grande número de
amantes da música. Amantes da música, os italianos que tanto amam essa música.
Ainda inspirados nos reinados e
majestades da cultura européia, iniciaram-se os bailes, com apresentação e
desfiles de rainhas e princesas da época, tipo primavera e carnaval. A tradição
do carnaval de Veneza - quando cantores, tocadores e mascarados percorriam as
alamedas da cidade - foi, então, traduzida com a formação de cordões da
sociedade, blocos de rua e de palanques.
Hoje, assistindo, em nossas mentes, ao
filme desses 90 anos de existência, contados com tanto orgulho pelos grandes
amigos Fifa Machado e Jacão, entendemos a razão da alegria e do entusiasmo
contagiante dos dirigentes que foram assumindo as rédeas dessa casa e não
permitiram que as raízes e os ideais de seus fundadores fossem esquecidos.
Não podemos deixar de apreciar, com
orgulho, as atualizações que foram acontecendo, sempre com a meta de
proporcionar aos associados lazer e qualidade de vida. Foi com o Ver. José
Aloísio Filho que nós tivemos a grande reforma da sede social.
Hoje, queremos, então, dizer: Almerindo,
sonha com o gondoleiros na dimensão e grande estilo que marcou a sua época!
Nossos votos de que a Sociedade
Gondoleiros alcance 100 anos com o sucesso a que faz jus. Parabéns pelos seus
90 anos de vida, Sociedade Gondoleiros! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu
Brasinha.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, quero agradecer
o Ver. Alceu Brasinha que nos cedeu o tempo. Este Vereador fala em nome do
nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, mas também em nome do PCdoB, em
nome do Ver. Raul Carrion e Verª Manuela d'Ávila.
Verª Neuza Canabarro, eu quero
parabenizá-la por essa iniciativa de homenagear o Gondoleiros - e quando V. Exª
propõe, é a Casa, é a cidade de Porto Alegre que homenageia, mas alguém tem que
provocar isso; e V. Exª, brilhantemente, provocou e trouxe essa temática porque
é um clube que completa 90 anos.
Noventa anos não é um dia, um ano, dois
anos. Sabe-se que a grande maioria das empresas que abre suas portas em Porto
Alegre não duram mais do que dois anos, Sr. Presidente. Então, uma instituição
que completa 90 anos é algo que fortifica. E sabemos que todas instituições têm
seus altos e baixos. E, aqui, vocês, que vêm de Veneza, sabem muito bem a
expressão das gôndolas, suas alterações; é algo que fortifica.
O surgimento do Gondoleiros, que completa
90 anos, nasceu próximo de uma região que já tinha um grande clube em Porto
Alegre, a Sogipa. Mas o Gondoleiros é o grande clube do 4º Distrito. Ele,
praticamente, se confunde com o nome do bairro São Geraldo. Essa interligação
já é tão grande que se algum Vereador propusesse a alteração do nome do bairro
São Geraldo para Gondoleiros, talvez, grande parte da população aceitasse,
porque o clube está ligado intimamente àquela região.
A Verª Neuza falou a respeito da origem
do Gondoleiros, que veio da cidade de Veneza. E tenho aqui uma passagem muito
bonita que vou ler, do porquê do nome Gondoleiros. (Lê.): “Para os tripulantes
das gôndolas daquela cidade, a proximidade do rio Guaíba trazia lembranças da
terra natal àqueles italianos, ou seja, cada vez mais forte essa raiz daqueles
que vêm para uma nova pátria quererem cultivar". E eu sou daqueles que
acreditam, e muito, na tradição. No dia em que perdermos a tradição, a cultura,
muitas vezes não encontraremos sentido para a nossa vida. Porque, na realidade,
a vida do ser humano é composta de pequenos momentos, pequenas passagens, e o
seu somatório nos leva a um conceito de memória. Li, também, que os
tradicionais bailes de máscaras, que ainda existem na Europa, aqui se perderam.
Mas é algo que nos traz toda a simbologia através da máscara, do ilusionismo e,
num paradoxo, saindo do hilariante, do lúdico, transformamos tudo isso na nossa
vida real. Portanto, Presidente, parabéns para aquele Clube que, eu volto a
dizer, se confunde com o Bairro, com o patrimônio.
E que vocês possam, cada vez mais, cuidar
do Clube, pois sabemos que os clubes, não só os de Porto Alegre, como os do Rio
Grande do Sul e do Brasil, têm as suas dificuldades, porque é difícil manter o
número de associados ao longo do tempo. Mas, eu volto a dizer, uma Instituição
que completa 90 anos, merece, sim, o nosso júbilo, a nossa alegria.
E, Verª Neuza Canabarro, parabéns por
esta iniciativa, que por meio da sensibilidade de V. Exª, possibilitou a esta
Casa e a esta Cidade, reconhecer, inclusive, todos os do entorno daquele
Bairro. Mas, hoje, nós estamos dando a eles e ao Clube uma dimensão de Porto
Alegre e do Estado. Parabéns a V. Exª! Parabéns ao Clube! Parabéns a todos os
associados! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra, em nome da Bancada do PP, em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Jovens, futuro da nossa sociedade,
que aqui são liderados pelo nosso Professor Jorge, visitando-nos e tendo a
oportunidade de presenciar uma homenagem a uma Entidade tão importante da nossa
Cidade, que ajudou e ajuda a construir a sociedade porto-alegrense, por
proposição da Verª Neuza Canabarro. É com imensa honra que falo em nome da minha
Bancada, a do Partido Progressista, composta por este Vereador, pelos
Vereadores Newton Braga Rosa, João Antonio Dib e pela Verª Mônica Leal, para
homenagear a Sociedade Gondoleiros. Mas falo especialmente pelo Ver. João
Antonio Dib, hoje licenciado para tratamento de saúde. Mas ao estar, ontem à
noite, no quarto 523 da nova ala do Hospital Mãe de Deus - aliás, o Ver. Dib
foi o primeiro paciente a ocupar a nova ala do Hospital, com 110 leitos.
(Palmas.) - e lá o Ver. Dib me pediu: “Ver. Nedel, fale amanhã em meu nome,
porque eu não poderei comparecer, mas gostaria muito de homenagear o meu
querido Gondoleiros”. O Ver. Dib lá se encontra para fazer uma bateria de
exames com o intuito de descobrir a causa ou a origem da intensa dor
intermitente que sente, pois já não agüenta mais tal situação. Mas ele me pediu
que homenageasse o Gondoleiros pelo seu nonagésimo aniversário, que saudasse a
sua Diretoria, seus associados que são, na maioria, seus amigos. Pediu-me que
lembrasse do grande Ver. Aloísio Filho, que, inclusive, tem o seu nome no
Palácio que, agora, nos abriga; que lembrasse que o atual bairro São Geraldo,
na época da fundação da Sociedade Gondoleiros, era também chamado de bairro
Cidade.
A Bancada do Partido Progressista deseja
cumprimentar toda a família da Sociedade Gondoleiros pela sua grande
contribuição à vida associativa da Cidade, reunindo pessoas em torno da
entidade para atividades sociais, esportivas, de lazer e culturais.
Além da imensa contribuição que deu e dá
ao nosso carnaval de Porto Alegre, já que a Sociedade reúne pessoas, em sua
sede social, todos os domingos à noite, para um baile; um baile, Ver. Elói
Guimarães, que fortalece a amizade entre os associados e seus amigos.
Queremos salientar a importância de
agregar os associados e, especialmente, a juventude, através do esporte, com
destaque para o judô, para a natação e para o escotismo; da importância do
lazer em seu parque náutico na sua sede campestre; e a importância da área
cultural, pois a Sociedade tem até uma orquestra sinfônica.
Eu posso imaginar, senhoras e senhores, a
emoção do sócio remido Edson Raya, que foi um dos primeiros a chegar neste
Plenário e que conversava comigo com uma imensa emoção e com um grande alegria
por pertencer a esse Clube, disse: “Eu sou sócio-fundador da nova Sede, eu
comprei o título para construir a nova sede.”
Obrigado Verª Neuza Canabarro por essa
grande oportunidade que Porto Alegre tem de homenagear a Sociedade. Parabéns à
Sociedade Gondoleiros. A Câmara Municipal de Porto Alegre agradece a imensa
contribuição que está dando para a construção, cada vez melhor, da nossa
sociedade. Meus cumprimentos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a visita
orientada da Escola Neo-humanista Ananda Marga, de Porto Alegre, aqui presente
com 25 alunos da 4ª Série, acompanhados da Prof.ª Fernanda Virgílio e da
Diretora Glaci Pereira. Essa é uma atividade que faz parte do Projeto de
Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto a escolas e
entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana, sob a orientação do Prof.
Jorge Barcellos. (Palmas.)
O Dr. Almerindo Prusch, Presidente
Executivo da Sociedade Gondoleiros, está com a palavra.
O
SR. ALMERINDO PRUSCH: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu, nos últimos dias, estive preocupado em como me portar hoje, em
nome da Sociedade Gondoleiros, em como agradecer esta homenagem, porque ela,
pela sua importância, pelo que ela representa, pelo que representa a Sociedade
Gondoleiros dentro do concerto sociedade de Porto Alegre e da população de
Porto Alegre, exige esta preocupação. Fui encontrar a inspiração no Livro dos
livros, naquela passagem, na qual o Criador fala das bem-aventuranças, e Ele
diz: “Bem-aventurados os humildes e mansos de coração, porque deles será o
reino dos céus”. Então, venho receber esta homenagem com a humildade que cabe à
Sociedade Gondoleiros, despida de toda a vaidade vã, que somente o passar dos
anos nos permite aquilatar devidamente.
Vão-se os anos, 5 de março de 1915,
quando a nossa Sociedade foi fundada. Objetivo: promover o inter-relacionamento
entre as pessoas, promover a alegria, a confraternização, inicialmente com a
idéia do carnaval. O tempo passa; as sociedades se modificam, as pessoas se
modificam, a Sociedade Gondoleiros, acompanhando essa evolução dos tempos, não
se dedica hoje somente ao Carnaval; dedica-se fundamentalmente àquela idéia
central de articular, de promover o entrelaçamento de relações, a confraternização
entre as pessoas. Noventa anos realizando esse objetivo, como já foi dito desta
mesma tribuna, marca realmente um episódio, uma época.
Não são alguns dias, não são alguns anos;
é quase um século. Nosso Clube nonagenário continua jovem porque continua
atual. Nós, hoje, olhando retrospectivamente, sentimo-nos alegres, sentimo-nos
realizados, porque, ao recebermos esta homenagem, temos para o nosso clube do
coração o reconhecimento da sociedade à qual ele se dedica. Ele vê retribuído
aquilo que ele prega, vê reconhecida essa profissão de fé, repetidamente
manifestada e praticada ao longo de todos esses anos.
Então, dessa maneira, com a humildade que
caracteriza aqueles que atingem uma maioridade, como atingiu a Sociedade
Gondoleiros, é que recebemos esta homenagem, com humildade, mas repletos de
orgulho, de ufanismo por termos chegado até 90 anos, e, olhando essa
retrospectiva, podemos projetar o futuro da sociedade, que é continuar fazendo
aquilo que ela faz hoje e, naturalmente, atendendo os anseios novos que a
própria sociedade seguramente trará, e, aos dirigentes da Sociedade, cabe, de
alguma forma, incentivar a realização.
Então, recebo esta homenagem com essa
humildade, e o faço em nome de toda a minha Diretoria-Executiva, em nome da
Diretoria do Conselho, em nome de todos os Conselheiros da Sociedade, em nome
do seu quadro social e também em nome de todo o Bairro, de todo o 4º Distrito,
que não é apenas o bairro São Geraldo; é São Geraldo, Navegantes, São João e
adjacências que, efetivamente, formam um contexto forte e que dá o apoio e a
sustentação para que o Gondoleiros prossiga na sua trajetória, perseguindo
sempre seu desígnio, que é a realização do homem como ser, como pessoa,
buscando o objetivo maior, fundamental: a felicidade de todos.
Muitíssimo obrigado, Verª Neuza
Canabarro. Agradeço a homenagem também ao Ver. João Antonio Dib, mesmo estando
distante, sei que em pensamento ele está presente - e o nosso pensamento não o
abandonará nunca. A todos os demais Vereadores e aos que hoje vieram nos
prestigiar, muitíssimo obrigado. O Gondoleiros chegará a mais outros 90 anos,
se Deus quiser! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): No período de
Comunicações de hoje celebrou-se o aniversário da Sociedade Gondoleiros, que já
manifestou sua gratidão à proponente, Verª Neuza Canabarro, e ao Ver. João Dib.
Queremos saudar mais uma vez o Presidente Almerindo Prusch, sua esposa, bem
como o Presidente do Conselho, aqui presentes, o ex-Vereador Jacão, como
carinhosamente o chamamos.
Este é um momento importante da Casa, porque um clube tem um
papel extremamente importante para uma Cidade, para um Município. Ali se
realizam as mais diferentes festividades, os mais diferentes encontros.
Gerações e gerações, Presidente, passam por ali. Quantos ali se conheceram,
casaram, criaram os filhos, constituíram família... Então, o Clube, sim, é uma
parte importante da Cidade, porque ele faz exatamente esse papel de interação
social. O Gondoleiros está ligado visceralmente a esta Casa, sim, porque o
ex-Vereador Aloísio Filho foi Presidente da Casa e Presidente do Gondoleiros.
Então, é um momento extremamente importante! Como não homenagear uma
instituição como o Gondoleiros, uma instituição recreativa, cultural,
educativa, quando comemora os seus 90 anos? Isso é dever da Cidade, é dever da
Câmara, que representa a Cidade, prestar esta homenagem.
O ex-Vereador Jacão, juntamente com
Cláudio Brito e outros, integraram o bloco "Para que Tristeza?", que,
depois, foi a semente da grande Escola de Samba Império da Zona Norte.
Então, são histórias e histórias que
passaram por dentro do Gondoleiros, histórias de vida, de realizações. É um
momento importante para a Casa poder prestar esta homenagem, e o faz sem favor;
por justiça.
Estão aqui a Diretoria já mencionada, o
Presidente, sua esposa - porque Presidente de Clube dirige o Clube com a
esposa; a esposa do Presidente tem papéis relevantíssimos na administração do
Clube.
Portanto, Presidente do Conselho,
ex-Vereador Jaques Machado, representando aqui a Ulbra, recebam todos os nossos
cumprimentos.
Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h19min.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h25min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em
1991, foi feita por esta Casa uma CPI para averiguar problemas havidos na
compra de um incinerador de lixo. Essa CPI requisitou e obteve muitos
documentos na época e chegou a uma conclusão em que orientava o Prefeito da
época, Olívio Dutra, a desfazer aquele negócio altamente lesivo para o nosso
Município; o incinerador foi comprado sem licitação.
Eu requeri a V. Exª que me fossem
entregues os documentos ligados àquela CPI, para que eu pudesse fazer uma
releitura deles, já que fiquei sabendo que o Prefeito João Verle havia feito um
acordo para que dinheiro do Município fosse novamente colocado para recompensar
o Sindicato dos Hospitais, que havia pago, naquela época, parte do incinerador.
V. Exª prontamente agiu e tentou fazer
com que esta Casa reouvesse aqueles documentos. V. Exª ontem me entregou um
documento que eu pensei ter alguma ligação com alguns dos documentos daquela
CPI, de 1991. O que V. Exª me entregou, ontem, foi apenas um processo que
solicita a reconstituição daquela CPI, mas sem encontrar nenhum documento. As
informações que eu tenho aqui neste processo apenas me dão conta de que aquele
processo desapareceu na Casa. Todos os documentos que estavam ligados ao mau
uso do dinheiro público, em 1991, desapareceram! Apenas o que restou foi uma
conclusão da CPI, uma parte, pelo menos, que estava nas mãos de V. Exª, da qual
consegui uma cópia, mas que nos dá apenas uma visão do que poderia representar
a documentação conseguida em 1991.
Infelizmente uma das vergonhas, uma das
chagas que esta Casa carrega é a de terem desaparecido algumas caixas de
documentos ligados a uma investigação feita por esta Casa, de uma má negociação
feita na época do Prefeito Olívio Dutra. Eu lamento, Sr. Presidente, que esta
Casa tenha agido assim no passado. Sei que não é culpa de V. Exª; sei que V.
Exª fez o possível para resgatar esses documentos, mas, infelizmente, esse
Processo que V. Exª me passou às mãos apenas nos dá conta de que alguém, nesta
Casa, agiu de má-fé. E, infelizmente, eu sei que é muito difícil, a esta altura
dos acontecimentos, V. Exª verificar quem é que tinha, realmente, reais
intenções em fazer com que aqueles documentos desaparecessem.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ouvi a manifestação de
V. Exª. Eu vou examinar que providências podem ser tomadas numa situação
dessas, onde não se acusa ninguém, absolutamente, mas são documentos, são
papéis que precisamos resgatar, fazer todas as tentativas para reconstruir o
Processo; uma situação que não poderia ter, de forma nenhuma, acontecido.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, Elói Guimarães, eu
faço uma consideração. O Ver. Luiz Braz insinua, sim, responsabilidades, e traz
veredictos sobre a CPI, acusando os Governos da Frente Popular. Eu gostaria de,
objetivamente, sugerir, Sr. Presidente, que buscasse identificar sob a guarda
de quem estavam os documentos do Processo, antes do suposto desaparecimento.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sou grato a V. Exª.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, essas responsabilidades
aludidas por mim aqui, nessa Questão de Ordem, estão constantes do Parecer que
V. Exª também tem em seu poder. Nós apenas não temos os documentos que levaram
à feitura daquele Parecer, mas ele nos dá conta, exatamente, dessas
irresponsabilidades da Administração daquela época.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Presidência vai
examinar o que pode ser feito do ponto de vista legal, jurídico, regimental,
para uma tentativa de buscar elementos para informar a V. Exª.
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Meu caro Presidente,
Ver. Elói Guimarães, hoje pela manhã, no Cemitério São Miguel e Almas, foi
enterrado o Delegado de Polícia Nelmo José Bonnett, um homem que, pela sua
trajetória, deixou uma marca extremamente positiva dentro da corporação da
Polícia Civil. Acho que é mais do que justo, meu caro Presidente, que esta Casa
preste ao Del. Bonnett um minuto de
silêncio como homenagem.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos o pedido.
O
SR. DR. GOULART: Excelência, gostaria de associar a essa
homenagem o passamento do grande diretor colorado Aldo Dias Rosa.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Já foi feita no dia
de ontem.
O
SR. DR. GOULART: Obrigado pela informação.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Portanto, conforme
requerido pelo Ver. Ervino Besson, façamos um minuto de silêncio pelo Del. Bonnett.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, uso este tempo de Comunicações
para fazer um alerta, uma reflexão sobre uma política pública que, segundo os
elementos que temos até o momento, nos indicam que será extinta; uma política
pública que fez história em Porto Alegre, que contribuiu, tem contribuído para
que o índice de desenvolvimento humano desta Cidade tenha melhorado e traga
para a Cidade a marca de uma das cidades com melhor qualidade de vida do País.
Essa política pública é o movimento de
alfabetização de Porto Alegre que, agregado a um conjunto de outras políticas,
também fundamentais, fizeram com que Porto Alegre tenha 3 % apenas de
analfabetos. Essa política pública foi autorizada em Lei aqui pela Câmara
Municipal, no ano de 1997, com as características que ela assumiu,
característica de ser um processo de educação popular, de estar enraizado nas
organizações populares da Cidade, nas instituições, de trabalhar com a figura
fundamental do educador popular, que tem de ter vínculo com a comunidade, de
ser um educador indicado pela associação do bairro, ter vínculo com essa
comunidade, compromisso político, portanto, com esse movimento de
alfabetização. Quando o Mova é criado, ele já nasce bebendo do acúmulo da
experiência da educação de adultos que começava a se desenvolver em 1989, a
educação de adultos quase inexistente na cidade de Porto Alegre antes disso.
O Mova indicava que, pelo IBGE, nós
tínhamos em torno de 5% de analfabetos na Cidade e que, além da política
pública que já desenvolvíamos, nas escolas municipais, através do SEJA, Serviço
de Educação de Jovens e Adultos, também organizado a partir da educação
popular, que respeita profundamente o conhecimento construído pelos adultos que
procuram a escola, pelos adultos que não tiveram oportunidade de se alfabetizar
quando na idade correta, uma educação popular que propõe, que oferece ensino
presencial, mas um ensino que é diferente da escola formal, com etapas, com
séries a seguir, com avaliação excludente, com avaliação classificatória, com
conteúdos pré-definidos, mas um ensino que nasce para dialogar, com o
conhecimento da experiência feita por esse trabalhador, por esse adulto que já
tem muito saber, que, muitas vezes, não é o saber escolarizado, sistematizado
na escola, mas é um saber fundamental para a sua inserção na vida. O Mova nasce
dessa experiência de educação de adultos que, mesmo com toda essa inflexão,
ainda é uma política pública dentro da escola, dos muros da escola, com
professor, com a oferta do ensino fundamental, sim, integral e presencial, bem
diferente dos supletivos, das provas eventuais. Mas o Mova nasce pela
necessidade que a Cidade tem de criar uma cultura de alfabetização para além
desse espaço da escola, que é um espaço que afasta, que assusta esse adulto analfabeto.
O Mova comemora, junto com o SEJA e junto
com toda a transformação da escola pública - porque a principal política para
combater o analfabetismo é uma escola pública que não mais exclua e não mais
reprove -, junto com outras políticas de inclusão, de enfrentamento do fracasso
escolar, o Mova comemora a Cidade mais alfabetizada do País, só comparável em
algumas coisas com Curitiba. E o que nós estamos vendo do novo Governo Fogaça é
o fim do Mova. Todos os indicadores das primeiras reuniões, das falas da
Secretaria, do término dos convênios com as entidades, a não-realização de
cursos, os cursos sistemáticos que aconteciam na formação dos educadores, a
concepção da Secretaria Municipal de Educação é que a alfabetização tem de ser
feita por técnicos, ela rompe com toda a construção de mobilização, de vínculo
com a comunidade de Porto Alegre, que constituiu uma cultura que tem conseguido
enfrentar esse problema, esse exemplo para o País. Então, esse é o primeiro
sinal de alerta: se o Brasil não for alfabetizado e essa cultura enraizada,
talvez não tenhamos mais quase nenhuma turma alfabetizando todos os cantos
desta Cidade.
Fica aqui o alerta e o compromisso de nós
continuarmos acompanhando, porque esta Cidade chegou nesse patamar, mas pode
chegar perto do zero no analfabetismo, isso é fundamental para a cidadania e
para a qualidade de vida que construímos até aqui.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, há
poucos dias, este Vereador recebeu uma denúncia em seu gabinete de que havia,
em uma determinada oficina de Porto Alegre, uma série de ambulâncias paradas. O
que chamou a atenção do cidadão que fez a denúncia foi que essas ambulâncias
tinham o logotipo novo igual ao dessas ambulâncias recentemente doadas pelo
Governo Federal, estava escrito: “Brasil - SUS”.
Essa denúncia, checada por este Vereador
e sua assessoria, realmente se confirmou: nessa oficina de Porto Alegre havia
10 ambulâncias da SAMU paradas. Evidente que o nosso compromisso, como cidadão,
como Vereador, não é só fiscalizar os serviços públicos, mas também fazer com
que essas benfeitorias, com que essas ferramentas, possam estar disponíveis
para a população.
Este Vereador fez uma matéria e
encaminhou para a imprensa. E a imprensa conseguiu várias respostas da
Secretaria da Saúde; uma delas foi a de que algumas das ambulâncias tinham sido
batidas e outras tinham problema mecânico. Mas um outro cidadão - que não
convém aqui salientar o nome - informou à imprensa que era por falta de
motorista que essas ambulâncias estavam paradas.
Este Vereador continuou a pesquisa e
percebeu que, das 16 ambulâncias doadas pelo Governo Federal, somente seis
estão em funcionamento. E 10 ambulâncias, agora nesta semana, retiradas dessa
oficina, estão sabem onde, nobres Vereadores? Estão na SMAM, Secretaria do Meio
Ambiente de Porto Alegre, em uma das oficinas, aguardando a solução de um
possível problema mecânico, não dito e não esclarecido para a população.
E daí eu concluo: essas 10 ambulâncias
estão deixando de salvar muitas vidas em Porto Alegre. Por exemplo, o PSF do
Navegantes, de Belém e da Cavalhada estão sem ambulâncias. Recentemente, veio
aqui, o Secretário da Saúde, e apelamos para que essas ambulâncias fossem
colocadas em circulação, inclusive, que fosse doada, uma delas, para o possível
pronto-socorro da Zona Sul, Parque Belém, que está reivindicando para ter, no
mínimo, duas ambulâncias. Nós encaminhamos, então, uma solicitação à COSMAM, no
dia 27 de março, para que fosse encaminhada à Secretaria da Saúde, nobre
Presidente. Hoje é dia 28 de abril, e está ainda aqui o Requerimento, na saiu
desta Casa.
Eu me sinto envergonhado de saber que, em
um mês, este Requerimento não saiu desta Casa. Eu quero conclamar os nobres
Vereadores e a Direção desta Casa para que não aconteça mais de um requerimento
demorar 30 dias para sair desta Casa.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exª poderia me dizer qual é o nome da empresa?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Savar.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Onde ela se localiza?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu posso lhe falar pessoalmente, porque
eu estive lá, Presidente...
O
Sr. Claudio Sebenelo: Qual é a rua?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu nem diria aqui o nome da oficina, para
não comprometer a oficina, o problema não é da oficina.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Não, não, eu só quero saber, só para
orientar, porque eu vou agora atrás disso, novamente, porque o Secretário me
informou publicamente, anteontem, que todas as ambulâncias estavam em
funcionamento. Eu não sei como que V. Exª...
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu reforço o meu pedido, então, nobre
Presidente da COSMAM - Ver. Sebenelo, tenho a maior estima por V. Exª, não só
por ser médico, mas por ser da área da Saúde -, que o Secretário nos informe
inclusive as placas dessas ambulâncias, porque senão fica no diz-que-diz-que.
Nós queremos as ambulâncias da SAMU, todas elas, andando pela Cidade e ajudando
a salvar vidas.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Por gentileza, só me diga a localização
da oficina, é na Zona Norte, é na Zona Sul, qual a rua?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu vou lhe passar o Requerimento para que
V. Exª reforce...
O
Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª foi até lá, V. Exª sabe onde
fica, e ninguém conhece essa oficina em Porto Alegre?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Eu não vou comprometer essa oficina, mas
vou lhe dar a cópia para que V. Exª leve, inclusive, venha checar conosco. Eu
vou lhe dar as fotos, inclusive, das ambulâncias paradas.
O
Sr. Claudio Sebenelo: Mas eu quero que V. Exª me diga onde é,
só me diga se é perto da Av. Farrapos, se é perto da Rua Voluntários da Pátria,
de qualquer lugar. V. Exª esteve lá deve saber o nome.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Aqui está o nome da Savar, o endereço
onde ela se localiza. Vou junto com V. Exª, se for possível, mas o seu Governo
tirou-as da oficina e encaminhou para um outro lugar, como forma de esconder um
serviço que não pode...
O
Sr. Claudio Sebenelo: Mas V. Exª disse que foi lá e viu, mas
não sabe onde é.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: V. Exª tem de receber a denúncia e ajudar
a resolver o problema da Cidade.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para um Requerimento.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, lendo
as notícias de hoje, tomamos conhecimento que foi, ontem, instalada a Comissão
de Revitalização do Cais Mauá, da qual participam órgãos estaduais, municipais
e inclusive esta Câmara de Vereadores. Como participo da CUTHAB, e discutimos
esse tema entre outros, gostaríamos de saber de que maneira será constituída
esta Comissão da Câmara para representar ou participar dessa discussão. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Logo em seguida
informo a V. Exª.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste, venho a esta tribuna para defender uma aprovação de proposição que
apresentei, solicitando uma homenagem à Companhia Rio-grandense de Artes
Gráficas do Governo do Rio Grande do Sul, que todos conhecemos como Corag. Esta
homenagem acontecerá no dia 25 de maio.
Quando presenciamos diuturnamente os
assaltos, roubos e crimes nesta Cidade, na maioria das vezes, tomamos
conhecimento que esses delinqüentes, esses criminosos estão cumprindo pena em
liberdade. Pois a Corag, uma empresa administrada por homens do Governo, homens
que representam três Partidos, inova, busca e faz um trabalho com as
albergadas, dando oportunidade de ressocialização dessas pessoas,
profissionalizando-as, dando o valor devido, como este Vereador teve a
oportunidade de presenciar. Senhoras dando depoimento que nos chocou, quando
diziam que não esperavam mais ver oportunidade na sociedade. Não se
consideravam mais pessoas livres, porque a própria sociedade vinha
discriminando, e o caminho que as esperava era o crime.
Essas pessoas, emocionadas, agradeciam à
Diretoria da Corag por estarem recebendo aquela oportunidade.
Da mesma sorte, essa empresa tem na sua
Direção, como Presidente, Irton Feller, um representante do PMDB; o Diretor
Industrial, Mauro Gotler, um representante do PHS; e Vitor Hugo Guerra, Diretor
Administrativo-Financeiro, representante do PSDB. Então, vejam que é possível
administrar em conjunto, independente de cor partidária.
A Corag, pela primeira vez, teve
participação na realização do último Fórum Social Mundial, foram feitas as
impressões de toda a programação do evento; três cadernos, totalizando um
milhão de impressões. E como parte desse trabalho é feito de forma manual, para
fazer as encadernações a Corag deu oportunidade aos surdos.
É por esse motivo que entendemos merecer
essa empresa, a Diretoria, os empregados, toda aquela família que lá trabalha,
porque, hoje, são tratados como família, a homenagem no dia 25 de maio.
E, aqui, não falamos ainda, senhores e
senhoras, que, nesses dois anos de Governo, a empresa acumula um lucro de 6
milhões 547 mil e 624 reais. Vejam, nós estamos falando de lucro.
E são por esses motivos que consideramos
altamente relevante e resolvemos trazer à apreciação dos caros e nobres colegas
o destaque a essa empresa, para que outras empresas possam seguir esse caminho.
E que nós, também, possamos acreditar que empresa pública dá lucro. Não são
todas que dão prejuízo. E que é possível olhar para a sociedade marginalizada.
De nada adianta nós socarmos os presos na cadeia.
Sr. Presidente, solicito meu tempo de
Liderança.
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: De nada adianta
socarmos os presos na cadeia e os soltarmos sem as mínimas condições de
oportunidade para que retomem uma vida séria e digna. Se cada vez nós
misturarmos os presos, se cada vez nós amontoarmos as pessoas nas cadeias sem
oportunidades, cada vez mais estaremos multiplicando os criminosos.
É por isso que tomamos a liberdade, e
esperamos que esta Casa atenda a nossa solicitação para essa digna homenagem a
essa diretoria que dá um exemplo ao Brasil, porque, na oportunidade que lá
estávamos, presenciamos visitas de representantes de vários Estados, inclusive
de Brasília para ver o tipo de trabalho que lá eles estavam desenvolvendo.
Eu peço desculpas aos nobres colegas de
Bancada por ter me antecipado a usar o tempo de Liderança da nossa Bancada.
Na semana que passou, os nobres
Vereadores aprovaram um Requerimento de nossa autoria, porque neste ano é o
Centenário de Érico Veríssimo. Érico Veríssimo, um gaúcho natural de Cruz Alta,
autor de grandes obras: “Gato Preto em Campo de Neve”, “Clarissa”, “Solo de
Clarineta”, “O Senhor Embaixador”, “Fantoches”, “Um Lugar ao Sol”, “Saga”, “O
Prisioneiro”, a trilogia épica “O Tempo e o Vento”, composta por três romances,
“O Continente”, “O Retrato” e “O Arquipélago” e tantos outros. Érico Veríssimo,
certamente, está na alma dos que cultuam o movimento tradicionalista; Érico
Veríssimo, talvez, tenha sido um dos maiores responsáveis pelo Movimento
Tradicionalista, pelo orgulho que este povo do Rio Grande tem em dizer que é
gaúcho e pelo orgulho que têm esses que vieram de outros cantos do Brasil e que
têm orgulho de dizer que gostam de Porto Alegre, que gostam do Rio Grande.
Caros Vereadores e Vereadoras, não é a
primeira vez que faço uma homenagem a esse gaúcho, a esse representante da
nossa história; esta é a segunda vez que o homenageio. A primeira vez que fiz a
homenagem, foi quando dei o nome à minha filha de Anita Bibiana Vendruscolo.
Peço, Sr. Presidente, permissão para dar
a ela, como presente, o volume I e II de "O Continente", da obra:
"O Tempo e o Vento". Peço para que minha filha adentre o plenário
para que eu possa dar a ela este presente.
(É feita a entrega dos livros.)
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Anita Bibiana Vendruscolo, esta
homenagem também é uma colaboração dos Srs. Vereadores. (Palmas.)
É com muita emoção que eu digo que esta
homenagem é uma homenagem para vocês, Vereadores, para todos os
porto-alegrenses, para todos os gaúchos. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Manuela
d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Ver. Aldacir Oliboni, nos trabalhos da
presidência, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores
que nos assistem, ontem nós tivemos uma grande marcha em defesa da educação e
da conversão da dívida do nosso País para a Educação. Essa marcha não
significa, aqui, que nós estamos debatendo elementos que estão fora da vida
real da nossa Cidade, muito antes pelo contrário. O espírito que norteou a
marcha que reuniu sete mil manifestantes no dia de ontem, em Brasília, muitos
deles aqui da nossa Cidade, era justamente pela compreensão da necessidade de
ampliação das verbas do Fundef, que vai ser renomeado e recompreendido como
Fundep, e a sua ampliação para 4 bilhões e 300 milhões de reais no período
máximo de 4 anos. Nós sabemos que esse investimento no fundo de desenvolvimento
e manutenção dos profissionais da nossa educação significa melhorias reais na
educação do nosso País.
Essa educação que muitas vezes falamos e
mencionamos nos termos de que a educação do nosso País se reflete
necessariamente na Educação da nossa Cidade, porque não existe país, não existe
nação que se construa fora de um Município, fundamentalmente dos grandes
Municípios que constituem uma federação.
Todos nós devemos parabenizar cada um
desses profissionais da Educação, professores representados pela CNTE –
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, que tem na presidência a
nossa querida professora Jussara Dutra, Presidenta, também, do CPERS, que
estiveram em Brasília reivindicando verbas para o Ensino Fundamental do nosso
País.
Além disso, amanhã, aqui nesta Casa, às
18h30min, nós estaremos no Plenário Ana Terra, reunindo Vereadores de vários
Partidos que se dispuseram a fazer, de maneira desarmada, tranqüila, o debate
sobre os nossos bares da Cidade Baixa. Nós sabemos que a Cidade Baixa, em Porto
Alegre, não é simplesmente aquilo que observamos no nosso Plano Diretor, uma
área mista que pode conciliar residências e os bares. E, além disso, a Cidade
Baixa tem uma história apaixonante. Nós sabemos, Ver. Luiz Braz, que durante os
anos de ausência de investimento na assistência estudantil para os nossos
universitários, esse Bairro se transformou numa grande residência
universitária, principalmente para aqueles que vêm do Interior, de diversas
cidades que não dispõem de universidades públicas - a maior parte das cidades
do nosso Estado, porque só temos quatro -, são acolhidos carinhosamente pela
nossa Capital. A Cidade Baixa é o Bairro que mais JKs possui - apartamentos de
uma só peça, plural em nossa Cidade -, onde moram estudantes universitários da
UFRGS, da PUC. Por isso esse debate sobre a abertura dos bares da Cidade Baixa,
em determinado período, a possibilidade deles funcionarem com as suas mesas nas
calçadas, como em outras capitais do nosso País. Como é o caso de Belo
Horizonte, que é a Capital dos bares, a cidade que tem mais bares por
habitantes. Nós queremos fazer o debate da maneira mais completa e mais
complexa, porque conseguimos reunir diversos Partidos para fazer esse debate, o
Ver. Todeschini, a Verª Maristela Maffei, a Verª Neuza Canabarro, o Ver. Ervino
Besson, a Verª Maristela Meneghetti, o Ver. Sebastião Melo. Nós, informalmente,
começamos a construir esse seminário em conjunto com a SMIC, com os bares, com
os freqüentadores dos bares, com os moradores daquele Bairro, porque
compreendemos que, para além da vida noturna da nossa Capital, a vida noturna
para aqueles que não têm recursos para pagar as condenáveis consumações que
estamos discutindo nesta Casa, passam por aqueles bares. Mas, para além disso,
passa também por aqueles bares, o emprego de muitos jovens da nossa Cidade,
passa por aqueles bares necessariamente a questão da segurança daquele bairro,
da maior segurança, por haver pessoas circulando nas ruas, ou do
enfraquecimento dessa segurança por não haver policiamento ostensivo em algumas
das ruas da nossa querida Cidade Baixa. É por isso que acho, aliás, tenho a
convicção de que se mais Vereadores se fizerem presentes neste debate, melhor
será, e se mais pessoas estiverem interessadas em debater questões como essa,
como a grande residência estudantil que transformou a Cidade Baixa, como a
segurança, como o emprego de muitos jovens e muitas jovens, devem comparecer
amanhã, às 18:30h, no Plenário Ana Terra, nesta Câmara de Vereadores. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Caro Colega, Ver. Aldacir Oliboni,
presidindo os trabalhos neste momento, Srs. Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e também na TV Câmara, gostaria de
saudar a todos. A página 42 do jornal Zero Hora de ontem, diz o seguinte (Lê.):
“...os comandantes das companhias do 9º Batalhão de Polícia Militar ganharão
uma função inédita. Eles passarão a coordenar conselhos comunitários, grupos
formados por representantes de segmentos da sociedade e associações de
moradores, que terão a missão de participar do planejamento das ações de
policiamento em 12 bairros da Capital”. Este Projeto é um Projeto deste
Vereador, e sabemos também que o competente Secretário, o jovem Kevin Krieger,
está instalando em toda a nossa Porto Alegre Conselhos Comunitários, porque a
sociedade está sentindo a insegurança que nós vivemos.
Nós temos que mudar. E como vamos fazer
isso? Com a participação das instituições e da própria comunidade.
Os jornais Zero Hora e Correio do Povo
estão publicando mais uma tragédia. O universitário Marcelo Nunes foi
brutalmente assassinado em Teresópolis, ontem. Quem o assassinou? Um condenado
em liberdade condicional. O Fórum, os conselhos, alguém vai ter que explicar
isso para a comunidade. Não seremos nós, Vereadores. Alguém tem que explicar. É
o Poder Judiciário que vai ter que explicar para a comunidade, porque a maioria
dos crimes que acontecem nesta Cidade é praticada por condenados. Esses fóruns,
esses conselhos são para isso. O Poder Judiciário, com todo o respeito, vai ter
que ir lá na comunidade explicar como é que um condenado de alta periculosidade
estava solto. Mais uma família atingida com esse crime brutal: um jovem
estudante de 24 anos! Alguém vai ter que explicar isso.
O meu Projeto é nessa linha: ir à
comunidade e a comunidade cobrar duramente de quem tem a responsabilidade e
libera esses criminosos. Eu fui procurado, há alguns dias, por um sargento da
Brigada, que me disse: “Nós fizemos uma campana de uma semana, na PUC, e lá
prendemos o maior arrombador de veículos - ele arrombou mais de 50 veículos.”
Um profissional honesto e competente,
quando presta um trabalho para a comunidade se sente extremamente satisfeito.
Só que a vitória dele, Verª Neuza, Ver. Mario, Ver. Dr. Goulart, durou pouco,
porque no dia seguinte o arrombador passou pelos policiais rindo da cara deles.
Eu pergunto: como é que um cidadão de bem vai ter dignidade de cumprir o seu
trabalho com honestidade? Alguém vai ter que, um dia - não sei quando -, ir à
comunidade para explicar isso. Esses fóruns que estou vendo serem implantados
pela Brigada Militar, pela nossa gloriosa Brigada Militar, pelo Secretário de
Segurança Pública do Estado e do Município, são para esse fim, para as
instituições irem explicar cara a cara, peito a peito, olho a olho às
comunidades. Até vou fazer um Pedido de Informações para que a Secretaria me
informe sobre esses bárbaros crimes que estão acontecendo nesta Cidade por
criminosos condenados em regime semi-aberto ou postos em liberdade condicional;
alguém vai ter que responder por isso; quando, não sei, mas um dia, sim, e
vamos lutar para que isso possa acontecer.
Alguém um dia disse aqui nesta tribuna -
e me recordo muito bem - o seguinte: o maior perigo da humanidade é o cansaço
dos bons. Eu agora repito: o maior perigo que estamos enfrentando com a nossa
“insegurança” pública que vivemos no dia de hoje é o cansaço dos bons
policiais, porque o que anda acontecendo nos dias de hoje, minha gente, é muito
sério, e temos que preservar nossas polícias. Como vamos preservar nossas
polícias? Reconhecendo o trabalho, a luta que eles enfrentam dia a dia, com
muita dificuldade, dando apoio e condições. Agora, de que forma nós vamos
apoiar um policial que arrisca a vida diariamente, quando ele tem uma vitória e
prende um vagabundo, um bandido, e no outro dia o mesmo passa por eles e fica
gozando com a cara do policial? Olha, me perdoem, mas isso não está sendo
encarado de forma séria, e temos que encarar isso com um pouco mais de
seriedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Mônica Leal
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente em exercício, Ver. Aldacir
Oliboni, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero
fazer um registro sobre a Semana Judaica que nós estamos vivendo na cidade de
Porto Alegre e no mundo inteiro e, em especial, gostaria de dizer que faço a
minha homenagem, e digo a vocês que a Páscoa judaica tem o significado da
liberdade. Foi a época em que os judeus saíram do Egito. E eu gostaria de
deixar isso registrado aqui.
Devido à correria de ontem, eu vou falar
de novo no meu Projeto que tramita nesta Casa que é a criação da Central de
Informações de Estoque Excedente de Hemocomponentes.
Eu quero deixar claro, em primeiro lugar,
de que se trata de estoque excedente, nós temos Vereadores que são médicos
nesta Casa, e eu me sinto na responsabilidade de frisar isso muito bem, porque
os Centros de Transfusão precisam ter seu estoque básico. Então, mais uma vez,
falo na criação da Central de Informações de Estoque Excedente de
Hemocomponentes. Esse serviço funcionará nos moldes da Central de Leitos e da
Central de Transplantes, que em muito vêm auxiliando o Sistema de Saúde. Cada
Centro de Transfusão de Hemocomponentes que quiser participar deve cadastrar-se
nessa Central de Informações de Estoque Excedente de Hemocomponentes, devendo
comprometer-se, diariamente, a informar o seu estoque excedente.
Atualmente, os serviços de Transfusão de
Hemocomponentes dispõem de estoque de determinado tipo de hemocomponentes,
faltando-lhes, com isso, muitas vezes a tipagem de que necessitam naquele
momento, ou seja, um paciente, normalmente, precisaria receber o seu mesmo tipo
de sangue, e muitas vezes, naquele momento, falta esse tipo de sangue. Nesse
caso, quando necessita desse determinado tipo de sangue, ele entra em contato
com os outros centros e nesse contato ele perde cerca de duas horas, porque até
o centro informar se tem o sangue e qual o tipo de sangue e se pode ceder ou
trocar, fora a preocupação, a necessidade de transportar, de providenciar esse
transporte, o paciente está ali esperando e, muitas vezes, correndo risco de
vida.
Também é preciso registrar, é muito
importante, que os hemocomponentes possuem um prazo de validade curto, o que
leva, muitas vezes, os centros a não utilizarem o que têm.
A Central proposta por mim, neste
Projeto, otimizaria e racionalizaria essa operação, além de evitar o
desperdício.
Para finalizar, gostaria de registrar
que, durante a elaboração desse Projeto, contatei com várias pessoas da área da
Saúde especializadas nesse assunto, que relataram que o maior problema, hoje, é
a busca do hemocomponente que falta no estoque na hora em que o paciente mais
precisa.
Também chamo a atenção dos Vereadores que
este Projeto é de custo baixo e tem por objetivo maior salvar vidas. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio
Dib solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara
empossado o Suplente, Ver. Newton Braga da Rosa, nos termos regimentais, que
integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul.
A Verª Margarete Moraes solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia 28 de abril de 2005. A Mesa declara empossado o
Ver. Zé Valdir, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos, em função da impossibilidade de os Suplentes Ver. Guilherme Barbosa,
Ver. Marcelo Danéris e Ver. Gerson Almeida assumirem a Vereança.
Esta Presidência solicita que o nobre
Ver. Zé Valdir entregue à Mesa a Declaração de Bens e o Diploma.
(Procede-se à entrega do Diploma e da
Declaração de Bens.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Solicito que os
presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Zé Valdir prestará a seguir.
O
SR. ZÉ VALDIR: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra,
lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Seja bem-vindo, Ver.
Zé Valdir. V. Exª fará parte da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos desta Casa.
O Ver. Zé Valdir, a quem declaro
empossado, fará a sua manifestação neste momento.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Aldacir Oliboni, Srs. Vereadores e Vereadoras, é grande a tentação de, neste
momento, já entrar no debate de algumas questões que foram colocadas na tarde
de hoje; questões polêmicas. No entanto, eu não vou sucumbir a essa tentação,
pelo fato de que a minha participação aqui, como Suplente, é eventual,
episódica, e não é o caso de nós entrarmos no debate.
As minhas palavras são, em primeiro
lugar, de agradecimento aos funcionários desta Casa e aos Vereadores e
Vereadoras, porque tenho sido muito bem acolhido pela Casa no exercício da nova
função que tenho neste Parlamento, que é a de Assessor. Aliás, uma oportunidade
que está sendo muito rica para mim, a de viver o outro lado como Assessor de
Vereador, assessorando e coordenando a nossa Bancada.
Quero registrar que, nessa condição, eu
tenho observado que a atual Legislatura, que a composição da Casa tem algumas
peculiaridades. Não foi apenas o número de Vereadores que aumentou, mas, hoje,
sem dúvida nenhuma, a Câmara Municipal de Porto Alegre é muito mais
diversificada e muito mais plural, porque, além dos Vereadores mais antigos -
Vereadores que já estão na segunda, terceira, quarta Legislatura -, com os
quais eu tive a honra de conviver durante os quatro mandatos que exerci nesta
Casa -, e, para não fazer injustiça, eu vou citar, de forma representativa,
apenas dois nomes, talvez os mais antigos, o nosso Presidente, Ver. Elói
Guimarães e Ver. João Antonio Dib -, nós também temos Vereadores novos que se
agregaram, principalmente em função do grande número de Vereadores Suplentes
que estão participando, pela primeira vez, nesta Casa, trazendo uma experiência
muito rica, uma nova experiência, “um sangue novo”, como se diz; Vereadores que
representam a juventude, como a Verª Manuela; Vereadores com uma experiência
parlamentar em outros níveis, como, por exemplo, o Ver. Odone, que foi Deputado
Estadual, o Ver. Ibsen Pinheiro, que já presidiu a Câmara de Deputados;
Vereadores que já foram Secretários de Estado, como a Verª Neuza Canabarro.
Então, nós temos, hoje, sem dúvida
nenhuma, nesta Casa, uma pluralidade muito grande de Vereadores, sem contar,
também, o fato de que a cada Legislatura o número de mulheres na Câmara de
Vereadores de Porto Alegre vem aumentando, começando pela nossa Bancada, em que
50% dos Vereadores são mulheres. Isso tudo são coisas muito boas para a democracia.
Talvez, nós, que estamos aqui no dia-a-dia, nem percebamos a importância disso,
um oxigênio da própria democracia.
O
Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu queria, em nome da Bancada do Partido Progressista,
dar-lhe as boas-vindas e saudá-lo pelo seu reingresso nesta Casa. Aqui é o seu
lugar! Parabéns.
O
SR. ZÉ VALDIR: Muito obrigado, Vereador Nedel. Eu,
agora, senti um pouco de saudade dos debates que a gente fez de forma, muitas
vezes, dura, mas sempre fraterna e democrática.
Eu quero encerrar o meu pronunciamento
dizendo, como disse no início, que a minha passagem por aqui é eventual e
episódica, mas que vou continuar participando dos debates de uma forma
indireta, porque, como coordenador e Assessor da Bancada, participo “por trás
dos panos”, como se diz, assessorando, de forma anônima, a nossa Bancada, para
que ela seja, cada vez mais, uma Bancada qualificada - e o é -, e possa, junto
com os demais Vereadores, contribuir para a democracia e fazer desta Porto
Alegre aquela Cidade com que todos nós sonhamos, democrática e com qualidade de
vida. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Dr. Pinto está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. PINTO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, boa-tarde. Fala-se muito da
Justiça, do acesso ao serviço da Saúde, dos direitos dos enfermos, fala-se da
racionalização dos diagnósticos e dos tratamentos médicos. E é dessa
racionalização que lhes quero falar. Essa visão deformada pretende legitimar
algumas decisões políticas fortemente restritivas à aplicação de recursos na
área da Saúde. O filósofo Kant diz: “O ser humano há de ter sempre dignidade e
não preço”. A justiça social deve buscar a interpretação entre as liberdades
civis e políticas, com os direitos econômicos, sociais e culturais; entre o
liberalismo extremo e o socialismo ortodoxo queremos um meio termo, em que a
busca da saúde não precise esperar meses por uma consulta; que uma emergência
médica não leve dias para ser adequadamente resolvida, que um tratamento não
seja interrompido pela falta de medicamentos; que uma família não tenha que
correr desesperadamente atrás de um atestado de óbito, enfim, que a dignidade
do ser humano não ceda lugar à falta de recursos. Ainda não alcançamos esse
meio termo, mas acreditamos que caminhamos para tal, só que devemos apressar o
passo, com maior número de profissionais e maiores recursos materiais. Alguém
já disse, e eu faço minhas as suas palavras, que a saúde é a primeira de todas
as liberdades, e a nossa saúde ainda não está livre. Assim como a fome tem
pressa, a saúde não pode esperar. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr.
Goulart.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a moda
no País, em vez de se dar a notícia, é o jornalismo investigativo. Pois o Ver.
Aldacir Oliboni está inaugurando aqui a vereança investigativa. Além de fiscal,
além de legislador, além de julgador, ele, indiscutivelmente, passa a inovar,
fazendo a vereança investigativa, com fotografias - que eu tenho na minha mesa
-, sem a sua presença nas fotografias. E se eu tenho as fotos, estou presente
nas fotos. V. Exª não está nas fotos. E quero lhe informar o seguinte: que a
oficina Savar foi contratada pela Administração do Partido dos Trabalhadores
para conserto, com vigência do contrato até agora, no valor de 380 mil reais
por ano. São 35 mil reais por mês. Pois, com essa cifra - 380 mil reais -,
quantas ambulâncias V. Exª poderia comprar? O absurdo de 380 mil reais, numa
média de 35 mil reais mensais pagos - há recibos de todo o ano passado -, para
a Savar Administração. Sabem por quem? Pelo Partido dos Trabalhadores, “virou o
feitiço contra o feiticeiro". É evidente, "o tiro está saindo pela
culatra", sabem por quê? Só para V. Exas terem uma idéia, a
pergunta...
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu pergunto: 380 mil reais de contrato assinado no ano passado, na
Administração petista, para consertar ambulâncias?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Isso, isso. Quantas ambulâncias dá para
comprar?!
O
Sr. Luiz Braz: Mas olha, isso cheira mal. Cheira mal
como aquele incinerador de lixo.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Exatamente. Então, quero comunicar que só
em freio, cada mudança de freio custava, nessa concessionária, 924 reais. Na
empresa onde está sendo feito esse trabalho agora - porque ninguém, depois de
passar a garantia, leva seus carros na concessionária, porque é muito caro! -,
os freios mudados de uma ambulância custaram 195 reais, que eram mudados a 924
reais. Eram pagos 35 mil mensais só de mão-de-obra mecânica! Pois esse contrato
não foi feito; os carros estavam lá, na Savar, e não estão mais lá. Há uma
ambulância que ainda está na Savar, porque está em edital de concorrência, e
vai ser retirada de lá. Outras já estão em outra oficina, foram realmente retiradas
da Savar. E o serviço vai ser feito em outra oficina pela décima parte do preço
da Savar. Não tinham que ficar lá, tinham que ter saído de um lugar e ido para
outro. Foram retiradas sabem quando? Desde o dia 11 de abril não estão mais lá.
E aí, vem o Vereador, aqui, fazer essa
denúncia gravíssima, perder o tempo precioso dos Vereadores, como se houvesse
uma indignidade, como se houvesse uma falcatrua, insinuando...
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebenelo, a falcatrua existe; e está no ano passado, pois o
que V. Exª denuncia é gravíssimo e é criminoso. É criminoso porque é um gasto
de dinheiro público que está provado nos documentos que V. Exª apresenta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Então, a diferença...
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Permita-me, já dei dois apartes e estou
"em cima do laço". Perdoe-me.
A diferença é constrangedora! Isso que
foi denunciado aqui é uma das formas de dizer que vamos tratar do assunto
conserto de ambulância e não vermos a questão gravíssima da Saúde e por que foi
que "sentaram em cima" de um Pedido de CPI da Saúde. Esse é o
problema. Quando nós vamos a um posto de saúde, Ver. Dr. Goulart, e nesse posto
nós vimos as imagens, ontem, da tragédia...
O
Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte?
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu não vou ceder-lhe o aparte, por
gentileza. Eu já havia dito, é por uma questão de tempo.
O
Sr. Carlos Comassetto: É lógico, V. Exª está fazendo falsas
denúncias. Assim não dá!
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sr. Presidente! V. Exª
pode presidir a Sessão, Sr. Presidente? Eu fui aparteado sem ...
O
Sr. Luiz Braz: (Som cortado.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: (Som cortado.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Nobre Vereador, se V.
Exª deseja fazer algum Requerimento, por favor, dirija-se ao microfone e tenha
compostura, por gentileza.
O
SR. LUIZ BRAZ: Cortou o microfone deste Vereador,
enquanto deixou que o seu partidário falasse tranqüilamente! Vossa Excelência
tem usado dois pesos e duas medidas. V. Exª tem utilizado tratamento desigual.
E V. Exª está nessa cadeira aí eleito por todos Vereadores e, portanto, tem de
ter comportamento ético e tratar os Vereadores com igualdade!
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Vossa Excelência tem
todo o direito de se manifestar, mas não tem o direito de acusar ninguém. E
quem dirige os trabalhos é o Presidente, que tem obedecido rigorosamente ao
Regimento, inclusive fazendo exceções para vários Vereadores.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, eu
queria, aqui, de público, dar o meu testemunho de que eu estava fazendo uma
consulta a V. Exª, que presidia os trabalhos, por isso V. Exª não poderia
cortar o microfone que o Ver. Comassetto usou indevidamente. Não há como
responsabilizá-lo, porque o Ver. Luiz Braz viu que eu estava me dirigindo a uma
consulta ao Presidente em exercício. Quero dizer isso para depor no sentido de
que V.Exª está-se portando corretamente à Mesa.
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Oliboni, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, público que se encontra nas galerias e
também aqueles que nos assistem em suas residências pelo Canal 16, pela NET, eu
venho a esta tribuna para fazer um breve relatório. Este Vereador é
Vice-Presidente da CUTHAB, Comissão que cuida da área de habitação e de
transporte. Este Vereador disse, outro dia, no Plenarinho, e também conversando
com as suas lideranças, fez até um pedido para ser transferido para uma outra
Comissão; porque entendo que a área da habitação não é o setor que este
Vereador domine. Porto Alegre sabe que o Ver. Elias Vidal se envolve muito com
as questões das drogas, área de prevenção, tratamento, todos os meus projetos,
Emendas, intervenções, têm a ver com essa questão - drogas e violência -, que é
um grande mal, um flagelo que assola o mundo e traz tanta violência, dor e
morte.
E aí caí na Comissão de Habitação, e
nessa Comissão há pessoas que entendem muito mais do que eu sobre o assunto.
Como não entendendo muito dessa Comissão, fui à minha Líder do Governo, a Verª
Clênia Maranhão, para que articulasse, para que eu fosse para uma outra
Comissão. E ela disse: “Vereador, quem sabe a gente te ajuda, te assessora, e
você experimenta, continua por mais um tempo”. Eu aceitei a orientação da minha
Líder de Governo. Fui pesquisar, fui estudar, fui buscar conhecimento, e
confesso aos senhores que fiquei extremamente estarrecido com o que vi. Porque
eu comecei a me perguntar, e perguntar para os outros: é normal, é certo em toda Porto Alegre, nas vilas, nos
bairros, as invasões e os despejos todas as semanas? É o que se sabe nessa
Comissão. Parece-me que nesses 16 anos de Administração Petista, não fizeram
nada, ou fizeram muito pouco nessa área, porque em todas as semanas comparecem
nas reuniões da Comissão, no Plenarinho, duas, três, quatro comunidades, com as
suas lideranças, para expor a sua situação.
É legítimo que as pessoas carentes,
necessitadas queiram e tenham um teto para morar, eu não sou contra; agora, fui
pesquisar e constatei uma situação. O grupo de Vereadores que administrou esta
Capital fala muito em ética, em honestidade, mas vejam só o que eu encontrei -
e julguem se eu estou errado ou se eu estou ficando louco. O Conjunto
Habitacional Dona Leopoldina foi feito por uma construtora - a Guerino - que
entrou em falência. Quando ela entrou em falência, a Administração anterior
disse a ela: “Vocês estão falidos? Nós vamos tirar vocês da falência”. E o
valor da obra, que deveria ser em torno de 13, 14 milhões de reais - e o CUB,
na ocasião, era de 0,6; eles o dobraram, para 1,2 -, foi para 27 milhões de
reais! E aí sabem o que fizeram? Disseram para a construtora Guerino, a empresa
responsável pela construção do Conjunto Habitacional Leopoldina: “A Prefeitura
vai tirar vocês dessa falência”. E sabe o que fizeram? Fizeram um acerto de
contas com a Caixa Econômica Federal, e aquela conta de 13 milhões de reais passou
para 27 milhões. Fizeram um acordo de 300 prestações, que já saíram com um
custo de 180 mil reais por mês. Os senhores sabem quanto a Prefeitura está
pagando hoje? Em torno de 300 mil reais por mês. E os mutuários devolvem para a
Prefeitura sabem quanto? Vinte mil reais.
Gente, esse foi um acordo criminoso!
Pesquisando, detectei, pelo que me compete, dentro dessa Comissão, que foi um
acordo criminoso. É semelhante a alguém que tem um mercadinho falido e lhe é
oferecido - numa analogia simples, até, porque temos crianças aqui, para que
possam entender - um acordo. “Tu estás falido? Vamos fazer o seguinte: eu vou
conseguir dinheiro suficiente para você montar um supermercado do tamanho do
BIG, do Carrefour”. Mas de onde tu vais tirar esse dinheiro? Não, a Prefeitura
vai pagar. Era uma briga entre uma construtora e um grupo habitacional - não
era a Prefeitura. E o pior é que a Prefeitura já pagou 30 milhões, senhores, 30
milhões! E sabem quanto está devendo? Cinqüenta milhões. E há uma projeção de
que quando a Prefeitura pagar os 50 milhões, ainda vai estar devendo 60
milhões. Parece até mentira. O Sr. Tarso Genro, o atual Ministro da Educação,
foi quem conseguiu esse tipo de acordo, na ocasião.
Agora falam, aqui, em invasões e déficit
habitacional - dá para entender! Eles fizeram tantas coisas - esse foi apenas
um caso que já descobri -, que não vou deixar por isso. Vou vir a esta tribuna
e vou dizer o que aconteceu, porque dizem que não há dinheiro. O pior é o
seguinte: estão insuflando as lideranças comunitárias para virem aqui dizer que
o que não foi feito é culpa do atual Governo, com 4 meses de atuação. Isso é a
maior cara-de-pau. E quando o atual Governo consegue alguma negociação, eles
correm na frente e dizem que foram eles que fizeram. Então, essa é uma situação
que a Cidade precisa saber - 300 prestações, deve-se, ainda, em torno de 50
milhões, e quando terminar de pagar os 50 milhões, vão estar devendo 60 milhões
- uma conta impagável.
Eu vou contar o restinho dessa novela
numa próxima vez que eu vier a esta tribuna. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa informa ao
Plenário que estamos tendo a visita orientada da Escola Municipal Chico Mendes,
com 30 alunos do 2º ano do 3º Ciclo, acompanhados pelas Professoras Adriane e
Raquel. Essa atividade educativa faz parte da programação do Memorial e já é a
segunda visita desta tarde. Sejam bem-vindos. (Palmas.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Quero fazer um
Requerimento quanto à denúncia, que consideramos grave, feita pelo Ver.
Sebenelo aqui. Requeiro que sejam trazidas as provas da acusação que fez aqui
na tribuna, para que possamos, conjuntamente, esclarecer esse caso e ir a fundo
nessas investigações.
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Solicito ao Vereador
que encaminhe o Requerimento por escrito.
Passamos ao
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Aldacir Oliboni, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, parece que esta Casa está-se repetindo ao trazer desta tribuna
acusações sem provas, acusações infundadas, insinuações, e nós não vamos deixar
passar nenhuma delas. Eu faço aqui uma primeira provocação ao Ver. Elias Vidal,
porque passou uma borracha, fez uma conta simples e rasa sobre um problema
habitacional gravíssimo da Zona Norte, em que a Prefeitura foi decisiva na sua
atuação para que milhares de pessoas tivessem a sua moradia. Eu pergunto: V.
Exª gostaria de comunicá-los para saírem porque estão dando prejuízo ao Governo
Municipal? Não será esse um investimento em Habitação fundamental para esta
Cidade, para a cidadania?
O que a gente enxerga aqui é que se tenta
pintar ou recontar a história, mostrar um quadro diferente da realidade, talvez
para justificar um Governo que não consegue ser criativo e realizar os índices
de investimentos realizados nos últimos 16 anos, que fizeram desta Cidade um
marco da qualidade de vida entre as Capitais deste País.
O tema que eu trago aqui - queria
cumprimentar os nossos professores e alunos da Chico Mendes - tem a ver com
Educação e com a escola. É muito lindo vê-los aqui, porque é essa caminhada que
junta o conhecimento com a cidadania, o conhecimento para emancipação e para
inclusão, marca a caminhada da Educação no Município de Porto Alegre. Nós
tivemos aqui, no final do ano passado, a entrada dum Projeto de Lei muito
importante nesse sentido, que tratava do Plano Municipal de Educação, um Plano
que tem uma previsão legal, que a nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira - determinou que fossem feitos, para que se pudesse
projetar e planejar a Educação para além dos governos; que fosse um plano de
estado público. E o Plano Municipal de Educação de Porto Alegre não é um plano
para um governo municipal eventual, eleito, mas é um plano construído a muitas
mãos para o Sistema Municipal de Ensino.
Esse Plano só chegou a esta Casa no final
do ano passado, depois de um longo processo de um ano inteiro, em que se
envolveram mais de 40 instituições que atuam na Educação desta Cidade,
produziram debates, mobilizaram sua base, trataram de temas, muitos debates
aconteceram aqui nesta Casa. Só aconteceu esse plano, e só veio na forma da
lei, não porque o Prefeito ou o Secretário ou a Secretária na época o tiraram
da cartola, dizendo que deixariam consagrado e determinado o que o Governo iria
fazer. Não. A caminhada da Educação deste Município - e aí faço um parêntese
para dizer da minha emoção ao ouvir o Ver. Zé Valdir ao assumir como Suplente
de Vereador - é marcada pela construção de uma série de instâncias de
democratização da Educação.
O Ver. Zé Valdir é protagonista de duas
delas, pelo menos, e da luta intensa por essa democratização; falo da Lei do
Conselho Municipal de Educação. Então, este Plano vem com a marca dessa
construção coletiva; segundo a Lei Federal, segundo as leis aprovadas aqui - a
Lei do Sistema Municipal de Ensino, a Lei do Conselho Municipal de Ensino -,
essas são diretrizes desse Plano determinadas pelo Conselho Municipal de
Educação.
O Conselho Municipal, com as 40
instituições, construiu um processo que elaborou esse Plano. E o Governo Fogaça
assume a Prefeitura, eleito, afirmando que mantém o que é bom, e mais do que
isso, que respeita a construção das políticas públicas desta Cidade, como uma
construção da Cidade; que nos programas de televisão continua dizendo que não é
mérito de um Partido ou de outro, que é mérito da história desta Cidade,
inclusive, recuperando e falando dos Prefeitos anteriores, nos 16 anos da Administração
Popular, afirmando, portanto, que a cidadania construída nesta Cidade, é marca,
não de Partidos, e sim, da Cidade, mas faz o contrário, retira da Casa um Plano
que é do Sistema Municipal de Ensino, que é das instituições da Educação nesta
Cidade, que é retrato, acúmulo, diagnóstico de milhares de atores da Educação
de todos esses tempos.
Essa postura é distorcida e autoritária,
porque este Plano foi construído, Ver. Sebastião Melo, por instituições da
iniciativa privada, e nós temos mais de 500 escolas de educação infantil
privadas que compõem o Sistema Municipal de Ensino, e elas se envolveram nos
debates, elas colocaram a sua marca neste Plano, metas, diretrizes, discutir a
educação, discutir as exigências novas que a legislação da educação infantil
está colocando. Contribuíram para o debate e viram retirado pelo Prefeito
Fogaça esse Plano aqui da Casa. Não é nem a sua rede própria, é a rede privada
que compõe o Sistema Municipal de Ensino.
O Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente é um dos Conselhos mais ativos desta Cidade, e a sua Presidente -
parece que amanhã haverá uma audiência com o Prefeito Fogaça - solicitou essa
audiência com o Prefeito em janeiro, nós já estamos no final de abril e
finalmente vai acontecer a audiência. Esse Conselho representativo da
sociedade, com minoria no Governo, que trata de políticas essenciais de todos
os programas para a infância e para a juventude, guardião do ECA, guardião da
ação dos conselhos tutelares, recebe agora uma audiência com o Prefeito Fogaça.
Esse Conselho se envolveu na elaboração desse Plano, envolveu-se ativamente,
colocou metas para a expansão da educação infantil, metas ousadas, importantes,
mas metas, a partir da realidade, porque sempre foi um Conselho parceiro, foi
sempre um Conselho que tensionou o Governo, mas nunca foi estratosférico, bateu
por bater, sempre construiu políticas públicas, com autonomia, com
independência de qualquer Governo. Esse Conselho foi desrespeitado ao ser
retirado daqui o Plano Municipal de Educação. Poderia citar uma série de outras
entidades que participaram, como o CPERS/Sindicato, a Associação dos
Supervisores, dos Orientadores, as instituições da iniciativa privada.
Se olharmos, esse é um Plano cujas
diretrizes estão em consonância com o Plano Nacional de Educação, são
diretrizes que duvido que este Governo vai achar que não são coerentes; ele
traz um diagnóstico muito próximo da realidade do que são as necessidades na
Educação infantil e no Ensino Médio da Cidade. Acho que nós temos mais vagas do
que a necessidade no Ensino Fundamental, mas temos o problema do transporte, do
acesso à vaga, no caso do Ensino Fundamental. Ele traz desafios para a
continuidade da acessibilidade das escolas, das instituições da Educação
Infantil. Ele traz desafios em relação à alfabetização de adultos, de que eu há
pouco falava aqui que este Governo vai mudar, de que vai terminar com o Mova,
com a alfabetização de adultos. Ele já disse que Educação não tem nada a ver
com a vida dos adultos, de que essa coisa de economia solidária não pode, de
que são técnicos que têm de alfabetizar.
Esse Plano aponta responsabilidades,
inclusive em propostas que a Secretaria já anunciou, como é a potencialização
da democratização do espaço escolar, como um espaço aberto à comunidade durante
o ano inteiro, que me parece que a diretriz deste novo Governo. Então, é um
Plano que não foi considerado ao se tomar a decisão de retirá-lo.
Eu tomei a iniciativa de fazer uma
reunião com a Secretária Municipal de Educação no início do seu mandato.
Apresentei para ela o que significava o Plano Municipal de Educação. Expliquei
que a tramitação, nesta Casa, seria longa, com certeza, porque é uma lei
complexa, que, tranqüilamente, o Governo poderia estar discutindo conosco,
interagindo. O que acontece hoje? Nós estamos sendo desrespeitados por um
Governo que diz que manteria o que era bom. O acúmulo dessa caminhada nesta
Cidade, que não é a caminhada da rede, que não é a caminhada dos petistas, é a
caminhada de várias áreas, dos surdos desta Cidade, e poderia citar muitos
outros protagonistas. Há um desrespeito, há, também, um desacúmulo, porque
agora na elaboração do Plano Plurianual, ele não vai poder incidir, não há
nenhuma notícia de quando ele volta, com quem será discutido.
Então fica aqui o registro, senhores: não
foi isso que foi votado na campanha eleitoral. Se vocês puderem se debruçar
sobre esse Plano vão ver que ele é um instrumento de trabalho que não engessa;
não, é um instrumento que retrata a cidadania desta Cidade e que deveria ser
respeitado como tal. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa registra que o
Requerimento feito pelo Ver. Carlos Comassetto não tem necessidade de ser por
escrito. E, ao mesmo tempo, a Mesa solicita à Diretoria Legislativa que sejam
anexadas as notas taquigráficas para melhor elucidar o assunto.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni,
meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras, inicialmente eu quero
agradecer ao meu querido amigo, Vereador, gremista convicto, Alceu Brasinha
pelo tempo cedido.
Verª Sofia, eu não vou entrar no mérito
dessa questão, eu deixo para os especialistas como a Prof.ª Neuza, colega
Vereadora, mas eu acho que V. Exª excedeu o bom-senso. Quem assume o Governo
tem o direito de avaliar, sim, especialmente no que diz respeito a uma matéria
dessa envergadura, que é a educação. O Prefeito, ao retirar o Projeto, não
emitiu juízo de valor, como o Prefeito aqui retirou o Projeto nas áreas
especiais de interesse cultural. Poderá voltar a esta Casa o mesmo Projeto que
o Prefeito João Verle havia protocolado. Eu não estou dizendo que o Projeto
referente à questão que V. Exª aqui discorreu possa ser o mesmo Projeto. Então,
eu acho que V. Exª deveria ter um pouco mais de calma, porque o Governo não
emitiu um juízo de valor a respeito dessa matéria para que V. Exª saísse
“atropelando”.
Eu poderia, aqui, questionar que V. Exª,
quando Secretária de Educação, por exemplo, não cumpriu os valores dos recursos
com a Educação Especial, nunca cumpriu! E V. Exª foi Secretária do Município;
eu poderia dizer a V. Exª que o seu Governo nunca chegou aos 30% com aplicação
na Educação. Então, se é para caminhar nesse diapasão, Verª Neuza, o.k., vamos estabelecer um debate. Esta
Cidade precisa, sim, ter uma reflexão muito profunda. Por exemplo, eu gostaria
muito de uma explicação: eu não tenho juízo de valor formado a respeito dos
ciclos, não tenho; eu acho que, em algumas situações, ele possa ser positivo,
em outras, não. Agora, estranho, por exemplo, que, ao longo desses 16 anos, não
houve nenhuma retenção; perderam a eleição, fizeram uma retenção de 500 alunos,
ou seja, tiveram de contratar 115 professores para a rede Municipal. Então, eu
acho que tem de estar no bojo dessa discussão, essas questões também!
Colocando isso preliminarmente, eu quero
adentrar ao que realmente me traz à tribuna. Ontem, fui ao Sr. Prefeito
Municipal, acompanhado pela direção da Rodoviária, acompanhado pela Associação
Comercial de todos os comerciantes da Rodoviária e também convidei o Conselho
Tutelar da Microrregião 8, e eles aceitaram o convite - o que eu quero aqui
agradecer - e nós fomos ao Sr. Prefeito para tratar do entorno da Rodoviária. A
Rodoviária é um equipamento público fundamental para os porto-alegrenses, para
centenas de pessoas que não são de Porto Alegre, mas que acessam Porto Alegre
através da Rodoviária.
Hoje, ontem, e anteontem, essa não é uma
matéria de agora, é recorrente, há questões ali que precisam ser enfrentadas
com urgência, urgentíssima. A primeira delas diz respeito aos meninos de rua
que não devem ser tratados como casos de polícia. É preciso enfrentar, porque
ali há jovens de 15,16,17 anos que fazem com aquela clientela que chega ou que
sai o seu modus vivendi, trazendo enorme insegurança para todos aqueles que acessam
a Rodoviária. E esta foi uma pauta levada ao Prefeito e acho que ela merece e
vai merecer do Executivo indiscutivelmente um trabalho muito aprofundado. Esta
pauta não se esgotou só nesta questão.
Hoje, Ver. Haroldo, entre as 6h e 7h da
manhã, o engarrafamento atravessa o túnel, chega na Av. Oswaldo Aranha muitas
vezes. Não é possível mais continuar com aquele sistema de trânsito construído
na Rodoviária. A EPTC precisa analisar com as melhores cabeças desta Cidade,
deste País e encontrar uma solução, porque não dá mais! E isso foi outra pauta
da agenda.
Também tratamos da questão do comércio
ambulante, da forma irregular como trabalham dentro da Rodoviária,
especialmente com as fichas de ônibus roubadas. Esses sistemas foram recebidos
pelo Sr. Prefeito, junto com o Sr. Vice-Prefeito, Eliseu Santos, o Secretário
de Segurança, o Secretário da Indústria e Comércio, a representação através do
Dr. Vilmar, da EPTC, e eu gostaria de trazer ao conhecimento desta Casa, porque
a Prefeitura adotou uma lógica, que acho absolutamente correta, que é a
intersecretarial; ou seja, esses assuntos perpassam várias secretarias, e, se
for tratar estanque numa, vai esbarrar num tema que é de outra secretaria.
Então, o Prefeito tem tratado dessa
forma, e acho que está correto. Que se forme um grupo de trabalho que, de forma
articulada, possa enfrentar o conjunto de medidas necessárias para a
Rodoviária.
Quero dizer, com muita alegria, que, na
segunda-feira, o Governador Germano Rigotto deu, Ver. Bernardino, um passo
fundamental para, talvez, construir nesta Cidade o projeto mais espetacular dos
últimos tempos, que é o Cais do Porto.
A operação do Porto foi transferida para
o Cais Navegantes, deixando um quilômetro e meio livre da parada do Trensurb
até a Usina do Gasômetro, desde segunda-feira; está totalmente livre para que a
Comissão - Governo do Estado e Prefeitura - possa traçar um projeto moderno, em
parceria com a iniciativa privada, onde o Poder Público coordene, mas que o
poder privado invista, e que transforme numa verdadeira e extraordinária área
de lazer.
Amanhã, esta Casa estará debatendo a
questão dos bares no bairro Cidade Baixa. Quem sabe, Ver. Ervino, os bares da
Cidade Baixa, amanhã ou depois, possam ser relocados no Cais do Porto, podendo
funcionar até às seis horas, sete horas? Não tenho nada contra o funcionamento
dos bares até esse horário. O problema é o zoneamento; temos um zoneamento misto,
que é essa miscigenação que permite residência, permite bares, permite serviços
ao mesmo tempo no bairro. É uma questão que precisa ser enfrentada, inclusive
na avaliação do Plano Diretor.
Alguém, ao ir para um bairro, tem de
saber o que acontece lá, e ter a sua opção de vida.
E o Plano Diretor, infelizmente, não tem
enfrentado isso com profundidade.
Ver. Braz, foi lançada a Comissão,
segunda-feira, e o Estado, o Governador, investiu seis milhões de reais na
transferência do Porto para o bairro Navegantes.
Acho que foi um passo necessário,
indispensável para que esta Cidade, cravada ao lado desse lago extraordinário,
o lago Guaíba, um dos estuários mais extraordinários e mais bonito que conheci
até hoje, atrasadamente, ganhe, logo ali na frente, um complexo cultural,
gastronômico, talvez hoteleiro, ou não; essa é uma questão a ser discutida, mas
o certo é que esse Projeto só estará em condições de ir se estiver num tripé:
de um lado, Governo do Estado; do outro, o Governo Municipal em parceria com a
iniciativa privada.
Cumprimentos ao meu Governador, à sua
equipe, que trabalharam com muito afinco para que isso acontecesse, dando o
pontapé inicial para que a Prefeitura possa entrar em ação e que a Câmara, no
momento oportuno, porque a Câmara, ao fim, ao cabo, vai-se manifestar sobre
esse Projeto, quando ele vier do Executivo para aperfeiçoar, avaliar e aprovar,
talvez, nos últimos tempos, o projeto mais extraordinário que esta Cidade vai
ter, que é a integração do rio com a sua Cidade, especialmente com o Centro da
Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Nós queremos anunciar a presença nas galerias de uma delegação do Rotary
Internacional, liderados pelo Presidente Allen Taylor (Palmas.), bem como
acompanhado do ex-governador do Rotary, Cel. Verlaine e do também amigo e
conhecido de todos, também do Rotary, o João Pancinha.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro,
queremos parabenizar a RBS, em especial o jornal Zero Hora, pelo brilhante
editorial em que coloca, inclusive na capa: Educar é Tudo.
Nós, que somos da Educação, entendemos
que essa campanha da Zero Hora convida para uma reflexão sobre o impacto de
atitudes individuais na formação de crianças e jovens.
Sabemos, cada vez mais, que é na mais
tenra idade que o ser humano é formado. Então, o papel da educação é
fundamental. Várias opiniões foram emitidas, inclusive uma delas, que é
importante: o papel da escola; mas, ao mesmo tempo, este papel não é o de
suprimir a educação familiar. É dentro da família que está a primeira célula
que dá a construção; é aquela construção de carinho, construção de amor e das
primeiras visões educacionais. Muitos dizem que os primeiros e maiores
professores são o pai e a mãe. Agora, o papel da escola é o papel na formação
sobre o mundo, sobre uma visão também de sociabilidade. É na escola que as crianças
começam a aprender a conviver com os demais, é o momento em que, muitas vezes,
elas também deixam de ser individualistas, elas começam a ter uma visão
coletiva. E sabemos que nem sempre esse rompimento é fácil.
Fala-se também que o local da escola é um
local próprio para atividades lúdicas; é onde, em um primeiro momento, a
criança, através da sua imaginação, através do brinquedo, transporta coisas
para o mundo real.
Nesta semana, nós tivemos a oportunidade
de ingressar com um Projeto aqui na Câmara, alterando a Lei Complementar,
porque hoje, no Município de Porto Alegre, não é permitido que as creches
possam ter minizôo, ou seja, recentemente, uma creche teve de fechar o seu
minizôo por não ter espaço e porque a lei não permitia. Ora, nós fomos visitar
esse minizôo; lá, havia duas galinhas, um galo - até o galo tinha nome:
chamava-se Frederico; dois patos; um casal de codornas e uma tartaruga. E teve
de ser fechado porque não pode existir. Então, o que estamos fazendo? Estamos
fazendo o contrário; estamos fazendo com que a alteração desta Lei Complementar
dê um estímulo para que essas creches possam ter, sim, esses animais, porque
isso representa o primeiro convívio com as crianças. Claro que a Vigilância
Sanitária vai ter de fazer um acompanhamento para ver as condições de
tratamento dos animais. Mas, quando hoje eu vejo que a Zero Hora está fazendo
uma campanha educacional - eu, que trabalho na área de educação há mais de 30
anos - fico muito sensibilizado.
É conhecido que, nesta semana, nós entramos
com este Projeto de Lei, e eu tenho certeza de que ele vai contribuir, e muito,
para a formação educacional de toda uma geração de crianças que terão uma
sensibilidade maior para o convívio com os animais. Parece estranho quando a
gente diz assim: é uma galinha, é um galo, porque as crianças, hoje, só
conhecem galinha e galo de supermercado. Então, o que nós temos de fazer, cada
vez mais, é trazer essa sensibilidade e dizer do grande papel que a educação
tem.
Mais uma vez, nós queremos saudar a RBS,
a Zero Hora por esta iniciativa quando coloca: Educar é tudo. E temos a certeza
de que, à medida que um povo é mais educado, um povo é mais sensível, com mais
conhecimento, esse povo também vai ter mais desenvolvimento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Zé Valdir está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, tive a oportunidade de acompanhar nesta Casa, em diversos momentos,
um debate sobre a democracia participativa, e acompanhei duas teses: a nossa
tese do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular, que afirmava o Orçamento
Participativo como um valor da democracia, como um elemento de revitalização da
democracia, ao lado da democracia representativa que a Câmara simboliza; e
também como um método sério de respeito à pluralidade e autonomia da sociedade.
Contrariando essa tese, nós tínhamos a
tese daqueles que combatiam, e muitos representantes ainda continuam combatendo
aqui no Parlamento. Combatiam de forma veemente o Orçamento Participativo;
alguns, inclusive, classificando-o de forma desairosa. Eu lembro de duas
afirmações: uma, de que era o “orçamento manipulativo” do PT; outra, que é o
plano diabólico do PT contra a democracia. Eu acredito que as eleições que
ocorreram recentemente dão o critério de julgamento e validade sobre essa
questão. Por quê? Porque, se o Orçamento era tudo isso que dizia a oposição,
deveria ter sido rechaçada pela oposição no processo da disputa eleitoral.
Deveria ser, inclusive, desmoralizado no processo eleitoral. E aí vem a
primeira evidência, colocada pela eleição, de que a nossa tese estava correta.
Por quê? Porque o Prefeito Fogaça nada mais fez do que dizer que o Orçamento
Participativo ia ser mantido. Elegeu-se, inclusive, com o programa contrário
àqueles Vereadores que, nesta Casa, diziam - e continuam afirmando - que o
Orçamento é contra a democracia. Pois o Prefeito se elegeu com um programa que
é o oposto do que dizem nesta Casa. É a primeira evidência de que a nossa tese
estava correta.
E mais, o Prefeito Fogaça vem dizendo - e
agora fazendo - que vai manter o Orçamento Participativo exatamente como ele
está. Pois se o Orçamento era manipulativo e diabólico, contra a democracia,
como é que alguém do Partido dos Vereadores da situação, mantém um projeto, um
plano diabólico desses sem alteração? Essa é a primeira evidência de que a
nossa tese estava certa.
A segunda evidência é que, mudando o
Governo, com todos os Vereadores combatendo o Orçamento, era para haver o
esvaziamento do processo do Orçamento. O que nós estamos vendo é que não só não
está havendo um esvaziamento, mas está aumentando a participação -
infelizmente, muitos Vereadores não participam - e as lideranças, novas e
antigas, fazendo os pronunciamentos de forma respeitosa com o novo Governo, de
forma respeitosa também com o Governo anterior, que criou o Orçamento
Participativo.
Então, vejam que a eleição colocou um
critério de validade de julgamento para essa questão do Orçamento Participativo.
E a nossa tese está amplamente comprovada. O Orçamento Participativo oxigena a
democracia, não é um processo manipulativo, porque, se for, não pode ser
mantido como está, nem aquela promessa do Prefeito que ele está tentando fazer.
Mas aí tem uma grande contradição que o Governo vai enfrentar nesta Casa.
Talvez os próprios Vereadores que criticam o Orçamento não se tenham dado conta
disso.
O grande desafio agora vai ser não apenas
manter o processo do Orçamento, mas manter e respeitar as decisões do
Orçamento. E aí o primeiro desafio será quando o Projeto vier para esta Casa,
para ser votado. Será que os Vereadores que combatem veementemente o Orçamento
Participativo vão fazer emendas em um projeto que vem ungido pela participação
popular? Vão descaracterizar o Orçamento Participativo? Ou vão acusar o
Orçamento Participativo de manipulativo? Mas, agora, não é mais o PT que está
no Poder. Se for manipulativo, quem estaria manipulando? Quem estaria
manipulando? Então, a oposição aqui tem um grande problema pela frente, uma
grande contradição. Eu acho que a melhor saída seria esses Vereadores, que
tanto combateram o Orçamento, dizendo que era manipulativo, fazerem uma
autocrítica do processo, porque, do contrário, vão ter de votar contra o Orçamento
Participativo, que, agora, vem coordenado pelo Prefeito Fogaça. Não é mais o PT
que está no Poder. E, se alguma manipulação houver, não será do PT.
Então, vejam a contradição. Eu ainda
quero assistir - infelizmente não vou poder estar nesta tribuna para debater,
provavelmente vou estar nos bastidores -, a esse debate de camarote. Quero ver
como é que os Vereadores que tanto combateram o Orçamento, como manipulativo,
diabólico, vão votar quando este chegar nesta Casa; um Orçamento feito pela
população. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Liderança do PPS, eu uso este tempo.
Queria, preliminarmente, fazer alguns comentários leves sobre a intervenção do
Ver. Zé Valdir.
Primeiro, eu queria dizer ao Vereador que
este debate está com data vencida, a data de validade deste debate venceu.
Questionar se o Prefeito José Fogaça vai ou não manter o OP é evidentemente um
debate que perdeu a data de validade, porque não é que ele vai manter ou não
vai manter, Vereador; já está mantido. O que me espanta é que eu tenho ido,
todas as noites, nos debates temáticos, todas as noites, nos debates dos OPs
das diversas regiões, e lá está o Ver. José Valdir. Quer dizer, ele sabe que
está mantido, não só sabe como ele vê, acompanha e participa. Portanto
realmente é uma piada esse questionamento.
A segunda questão é uma coisa
interessante. O OP realmente estava vivendo um processo de desgaste político
muito forte. Por que estava vivendo um desgaste político? Pela falta de
cumprimento por parte, não do povo, não das lideranças, mas por falta de cumprimento
do Executivo das decisões do povo. As comunidades iam, anos a fio, para as
reuniões do OP, faziam a sua lista de prioridades, e o Governo passado, o
Governo do Partido do Ver. Zé Valdir, não as cumpria. E isso estava
desestimulando a participação da população. A maior prova da revitalização do
Orçamento Participativo é que tem dobrado a quantidade de pessoas que
participam das plenárias. Plenárias que tinham 400 pessoas, agora têm 800. Quer
dizer, há um crescimento da participação popular levantando a problemática
cotidiana das suas comunidades. Isso é bom ou ruim? Isso é bom. Significa que o
povo está participando, independente do Partido, do Governo, que está no poder
naquele momento, porque a democracia participativa deve ser assim compreendida,
como um patrimônio do povo, com a vontade da população. E quem achava que,
saindo do Governo, pegava o Orçamento Participativo botava na malinha, no
bolso, levava para casa e acabava com ele, estava enganado, porque a voz do
povo é soberana.
Seiscentas e vinte oito obras atrasadas
do OP desestimulavam a população. Realmente, nós sabemos que muitas vezes
houve, sim, tentativas de manipulação, ações de manipulação. Mas isso é coisa
do passado. Eu não quero voltar a essa polêmica ideologizada, politizada; eu
quero comemorar a vitória do povo de Porto Alegre que elegeu um Governo que
manteve o que estava bom e que acrescentou a esse processo um profundo
sentimento democrático de pluralidade e respeito à diversidade, de consagração
da singularidade das pessoas das diversas regiões. Isso é motivo para
comemorar, isso é motivo para reafirmar uma análise que fazíamos do processo
histórico da cidade de Porto Alegre, uma Cidade participativa, plural e
democrática.
E, para encerrar, quero dizer que não há
nenhuma contradição entre a democracia representativa, que representa o
conjunto da população, com a democracia participativa; são duas instâncias de
participação que podem, evidentemente, se forem regidas por conceitos
democráticos, conviver harmoniosamente, complementarmente, desde que os
Executivos respeitem, por um lado a vontade do povo - cumpra, faça e execute as
obras que este povo determina -, e por outro lado respeite o Parlamento como a
voz soberana do povo de um Município.
Para nós, esse debate é maravilhoso, o
senhor não deve assistir de camarote. Não assista de camarote, participe dele,
porque ele vale a pena. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Peço ao Ver. Aldacir
Oliboni que assuma os trabalhos.
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência
dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães
está com uma palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Aldacir Oliboni, presidindo os
trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem, representando a
Casa, estive em um ato, promovido pela RBS, no qual tivemos a oportunidade de
conhecer uma campanha que a empresa vai desenvolver durante 24 semanas, que tem
como foco, como tema: “Educar é Tudo”. Lá estavam representantes da comunidade,
representantes da área educacional, do Ministério Público - presente a Câmara
Municipal -, e tivemos a oportunidade de conhecer o material produzido e, como
outros, manifestar o nosso ponto de vista, a nossa saudação a essa campanha que
a Empresa, pelos seus diferentes canais, iniciou no dia de hoje, pelo rádio,
pela televisão e pelo jornal. E dizíamos, na oportunidade, a importância da
campanha, pois trata da educação. E lá se discutiu, se refletiu sobre esse
grande espectro que é a educação, em que o foco é: “Educar é Tudo”.
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Nobre Vereador Elói
Guimarães, o PTB já havia ocupado o espaço de Comunicação de Líder. Portanto,
V. Exª fala em Tempo de Presidente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu não havia observado, peço desculpas.
Então, gostaria de dizer que se trata de uma campanha importante, e chamava a
atenção para, exatamente, o potencial do veículo que vai inocular a campanha,
vai, inquestionavelmente, inundar o Estado do Rio Grande do Sul e o Estado de
Santa Catarina, pois trata-se de uma mídia televisada, escrita e falada por
vários jornais, várias emissoras de rádio.
Dizia-nos o Presidente Nelson Sirotsky,
que, às 18h, em todos os locais onde a RBS tem a sua Empresa, estavam-se
fazendo encontros daquela natureza, mostrando para representantes da população
e da sociedade o que pretendem fazer.
Então, o objetivo é exatamente despertar
consciências para esse tema relevantíssimo que é a educação; educação numa
concepção extremamente abrangente. É uma campanha muito bem organizada, que vai,
inquestionavelmente, durante todo este período, em horários nobres, por meio de
uma série de ações, despertar para esse caminho, sem o qual não tem solução.
Nós não sairemos - e tive a oportunidade de dizer - dos graves problemas que
nos afligem se não ingressarmos na estrada da educação. É a educação que vai
libertar, inquestionavelmente, o ser humano, o homem, a mulher, a criança.
Então, trata-se de uma grande campanha:
falar em educação é falar na democracia, é falar na liberdade, é, enfim, propor
o bem nos mais diferentes âmbitos pelos quais se possa examinar a campanha.
Portanto, a empresa RBS, pelos seus
diferentes canais de comunicação, está de parabéns por trazer ao debate questão
tão importante para todos, para o Município, para o Estado, para a União, para
a sociedade, para as pessoas, como é a educação; não há salvação fora da
educação.
Por isso, está de parabéns a Empresa por
levar à opinião pública, aos diferentes rincões do Rio Grande e também de Santa
Catarina; por chamar a atenção, despertar consciências para que a educação não
fique só limitada à educação formal. A educação é um processo, diríamos,
universal, abrangente, que envolve os mais diferentes setores, as mais
diferentes formas de expressão do ser humano. Portanto, fica, Sr. Presidente, o
nosso reconhecimento e a nossa homenagem pela campanha que se inicia e que vai
imantar, inquestionavelmente, vai provocar a opinião pública, a sociedade para
esse grande debate, para essa grande caminhada na defesa da educação. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói Guimarães reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2107/05 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/05, de
autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Conselho Municipal de
Cooperativismo Comunitário, visando implementar políticas públicas na área de
habitação para populações de baixa renda. Com
Emenda n.º 01.
PROC. N.º 2287/05 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 008/05, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que altera a redação do § 2º e inclui § 3.º no art. 91
da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que trata da substituição do
Prefeito no caso de impedimento do Presidente da Câmara Municipal.
PROC. N.º 2372/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Walter Porto Filho um logradouro
público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 2449/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/05, de autoria da
Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Wilson Tupinambá da Costa um logradouro
público não-cadastrado, localizado no Bairro Belém Velho.
PROC. N.º 2486/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 087/05, de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao
Senhor Léo Humberto Berrutti Cadaval.
3.ª
SESSÃO
PROC. N.º 4148/04 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/04, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que denomina Rua Padre Pedro Leonardi um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.
PROC. N.º 1436/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/05, de autoria da
Ver.ª Margarete Moraes, que acrescenta parágrafo único ao art. 1º da Lei n.º
6.946, de 27 de novembro de 1991, que dispõe sobre o funcionamento de
estabelecimentos destinados à venda de animais, determinando que a exposição
dos animais ao público somente seja feita na parte interna do estabelecimento,
bem como veda a exposição deles na vitrina.
PROC. N.º 1998/05 -
PROJETO DE LEI COMLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/05, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a redação do § 2º do art. 4º da Lei
Complementar n.º 317, de 22 de março de 1994, passando de 8 cm2 para
15 cm2 a área da publicidade a ser inserida no canto superior
direito da placa indicativa do nome do logradouro.
PROC. N.º 2078/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/05, de autoria da
Ver.ª Maristela Maffei, que oficializa o dia 11 de outubro como sendo o Dia
Municipal de Luta por Creches, passando a integrar o Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
PROC. N.º 2105/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 079/05, de autoria da Ver.ª
Maria Celeste, que confere ao Centro de Tradições Gaúchas Gildo de Freitas o
Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva.
PROC. N.º 2311/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 084/05, de autoria da Ver.ª
Maria Celeste, que concede o prêmio de teatro Quorpo Santo ao Diretor Nilton
Salgado Pereira Filho.
PROC. N.º 2447/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 085/05, de autoria da Ver.ª
Maria Celeste, que concede o Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa
dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Clube de Mães Novo Mundo.
4.ª
SESSÃO
PROC. N.º 2121/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 081/05, de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo, que altera a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre),
mediante o acréscimo de § 6º ao art. 42, que estabelece norma para flexibilizar
as atividades das Comissões Permanentes.
5.ª
SESSÃO
PROC. N.º 1570/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 072/05, de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, que acrescenta § 2º ao art. 7º da Resolução n.º 1.178,
de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre, renumerando o atual § 2º para 3º, estabelecendo a
realização de sessão plenária no Acampamento Gaúcho, durante a Semana
Farroupilha.
PROC. N.º 1760/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 075/05, de autoria da Ver.ª
Clênia Maranhão, que altera a Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores, (Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre), dando nova redação ao art. 95, estabelecendo
que Moção é a proposição em que o Vereador se manifesta sobre assunto
determinado, hipotecando solidariedade, protestando ou repudiando.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo Canal 16 e visitantes
da Casa a nossa saudação; no dia de hoje, eu venho à tribuna para comentar o
PLCL nº 014/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que propõe a criação do
Conselho Municipal de Cooperativismo Comunitário, visando a implementar políticas
públicas na área de habitação para a populações de baixa renda.
Eu tenho sistematicamente batido na tecla
de que nós temos visto, nas grandes cidades, a ocorrência do êxodo rural em
grande proporção. Hoje, as áreas verdes, as áreas de risco, as áreas, na maior
parte dos lugares, impróprias para habitação são ocupadas por cerca de um terço
da população.
Foi falado, também, hoje, aqui, pela
Presidente da Agapan, que o fenômeno mais impactante que nós temos no mundo
moderno é o da urbanização e o do crescimento desordenado das cidades,
acarretando problemas extraordinários de sustentabilidade.
Então, louvemos a iniciativa do Ver. José
Ismael ao propor o debate sobre a criação de cooperativas, visando a discutir
soluções que venham a agregar e incrementar iniciativas, energias e forças para
que a gente ajude a debelar os problemas da habitação popular.
Nós temos os instrumentos democráticos,
como o Orçamento Participativo, o qual nós destacamos e reverenciamos como um
fator de grande conquista democrática, de crescimento de cidadania da nossa
Cidade, instrumento pelo qual foram executadas mais de quatro mil obras, nos
últimos 16 anos.
E é por isso, Ver. Clênia, que o
Orçamento se fortalece, cresce, o que é muito bom para a Cidade e para a
democracia. O Orçamento não tem dono e nunca teve, tanto é verdade que em todas
as regiões há disputa, chapas, debate político e construção cidadã. Isso é
virtude de Porto Alegre, isso é força da nossa Cidade, isso é conquista da
democracia, o que é muito bom para todos!
Eu também trago esse assunto aqui,
porque, examinando, por exemplo, o nosso correlato em plano estadual, há uma
denúncia publicada no jornal Zero Hora do dia 26 de abril (Lê.): “Consulta
Popular tem execução de 33,2%”. E diz o Vice-Governador, Antonio Hohlfeldt, que
isso se deve às dificuldades, à crise do Estado. O mais grave de tudo isso é
que, justamente na habitação, que é a área mais sensível, o ponto de maior
fragilidade, onde mais se quer recursos, é que o Estado efetuou, através da
Secretaria, a menor execução, ou seja, apenas 8,65% do previsto.
Vejam os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras que o que a
Administração Popular realizou nesses anos em Porto Alegre é muitas vezes
superior àquilo que o Estado está conseguindo fazer correlatamente: apenas 33%
no ano passado, contra mais de 80% nesses anos todos, que foi o que nós
conseguimos produzir.
Quero também fazer um registro, uma vez
que a preocupação é com a habitação popular, com as creches, com a Saúde
pública, conforme falou o Ver. Dr. Pinto, que estréia hoje aqui, que, o dia 30
deste mês, sábado, é o prazo limite para que as estações de radiobase se
adeqúem na cidade de Porto Alegre. Foi por isso que esta Casa produziu uma
legislação que limita, organiza e disciplina a instalação das ERBs - Estações
de Radiobase -, que são de responsabilidade das milionárias companhias
operadoras de telefonia celular nesta Cidade.
Nós temos que fazer valer as leis que
foram aprovadas aqui, porque são mais de 70 estações de radiobase que estão
infringindo a Lei, porque estão próximas a creches, a hospitais e a conjuntos
habitacionais e afetam a saúde das pessoas circunvizinhas. Portanto, vamos
fazer com que essa Lei seja cumprida, exercendo o nosso real poder, já que
estamos aqui em defesa da Saúde pública e da população de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor
Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, vou me deter em dois Projetos que estão tramitando
na Pauta. O primeiro é relativo a uma alteração da Lei Orgânica, por um Projeto
de Emenda à Lei Orgânica, de autoria do Ver. João Antonio Dib, e que o
Presidente Ver. Elói Guimarães teve também um envolvimento nessa questão. O
Vereador está propondo uma alteração na forma de assumir a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre. Pela situação atual, no impedimento do Prefeito, assume o
Vice-Prefeito; no impedimento do Vice-Prefeito, assume o Presidente da Câmara;
e no impedimento do Presidente da Câmara, hoje, a Lei Orgânica diz que assume o
Procurador-Geral do Município. E discute-se muito na Casa esse tema, porque o
Procurador que assume em nenhum momento assumiu um cargo eletivo. E essas
vacâncias são muito comuns, principalmente nos períodos eleitorais.
O Ver. João Antonio Dib está propondo uma
pequena alteração, mas eu acho que é muito significativa para o processo
democrático. No momento em que o Prefeito se ausenta por qualquer atividade, e
o Vice-Prefeito não podendo assumir, e o Presidente da Câmara também não
podendo assumir, assume, imediatamente, o 1º Vice-Presidente e assim
sucessivamente. Inclusive o Vereador teve o cuidado de dizer que, em último
caso, “ou o Vereador mais idoso”. Então esse é um detalhe importante, porque
todos os cargos para assumir, no caso de uma eventualidade, a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre serão eletivos. Então, este Vereador particularmente
concorda, mas eu sei que haverá uma grande discussão na Casa em cima disso, até
para nós podermos cada vez mais identificar essa temática.
O segundo é um Projeto do Ver. José
Ismael Heinen - que não se encontra no plenário, mas gostaria que o Dr. Pinto
levasse a ele -, que trata da criação do Conselho Municipal de Cooperativismo
Comunitário. E eu concordo, mas eu quero dizer, pela ironia, pois é questão de
memória - eu vou falar, porque os Vereadores aos pouquinhos vão moldando a sua
votação -, que o Ver. Ismael foi um dos que votou contra a criação do Conselho
Municipal da Juventude - está em Pauta Vereador, tem que colocar - , o Ver.
Ismael votou contra a criação do Conselho Municipal da Juventude por vício de
origem. Olha só a incoerência do Vereador: vício de origem. E ele entra com um
Projeto de Lei criando um Conselho. Então, o que nós frisamos é a questão da
coerência. Vício de origem para um pode, mas para outro, não pode. Bato muito
nessa tecla, porque, na realidade, somos Vereadores e temos que lembrar que as
pessoas têm memória, de que aqui na Casa fica tudo registrado um dia depois do
outro e depois as pessoas dizem que não têm sorte. Não! Não é falta de sorte, é
incoerência, e o que nós queremos no Parlamento são pessoas coerentes e não
pessoas incoerentes.
Não estou dizendo que o Vereador seja
incoerente, mas no momento em que ele diz, e vota, que um Projeto não pode
passar por vício de origem, de iniciativa, que deveria ser do Executivo, ora,
não deveria, em momento nenhum apresentar um Projeto análogo; não! Mas o
Vereador, que está há tão pouco tempo nesta Casa, em três meses já comete um
erro grave, no meu entendimento. Lastimo que ele não esteja aqui, mas como hoje
é primeira Sessão de Pauta, vamos poder discutir e muito. O que eu tenho
cobrado é a questão da coerência do voto, a coerência das posições, porque a
população não tem memória curta, a população sabe, e o discurso é só um: não
posso votar ao bel-prazer. “Isso pode, isso não pode”, temos de ter um norte e
as pessoas que não têm um norte, acabam bailando com o vento. É um Projeto que
está aqui para ser discutido, vamos discutir na Casa e a Vereadora dizia: “De
novo?” Mas é que houve a coincidência de que já é o quarto Projeto de
iniciativa de Vereadores, somente nesta Legislatura, neste ano, propondo
Conselhos.
Nós fizemos o levantamento, na época, que
11 Conselhos foram criados por iniciativa do Legislativo. Então pergunto: o que
pode e o que não pode? Eu só digo uma coisa: coerência. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães,
prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que
nos assiste, vou contribuir com o debate e continuar na pauta que o Ver.
Professor Garcia estava discutindo e trazendo, é o PLCL nº 014/05, de autoria
do Ver. Ismael Heinen, para a criação do Conselho Municipal de Cooperativismo
Comunitário. Primeiro, vou continuar na pauta da questão da coerência, até
mesmo para debater aqui com o proponente, no sentido de dizer que, em todo tema
relacionado à questão da habitação, da qualificação desse processo em Porto
Alegre, somos não só parceiros como aliados, e esse é um tema que temos
debatido muito na CUTHAB.
Com certeza, este tema e este Projeto, a
criação do Conselho Municipal de Cooperativismo Comunitário, neste momento,
como está proposto, já entra em colisão com alguns conselhos existentes no
Município de Porto Alegre. Portanto, nós temos de fazer o debate aqui, e não
criar sombreamentos, porque nós já temos existente em Porto Alegre o Comathab
-Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação -, que tem por objetivo
justamente implantar, discutir políticas públicas relacionadas à área da
Habitação, à população de baixa renda.
Então, o objeto é o mesmo que está aqui sendo
proposto. Ao mesmo tempo, o Comathab traz no bojo da sua composição o movimento
comunitário, que traz entidades de classes sindicais, profissionais de nível
técnico, empresários, organizações não-governamentais, cooperativas. Então,
essas cooperativas já fazem parte do Comathab.
Eu creio que o que traz de novo aqui o
Ver. Ismael é fortalecer o movimento e a política do cooperativismo. Eu acho
que essa é a vantagem que traz este Projeto.
Ao mesmo tempo, quero alertar para essa
colisão com os demais Conselhos Municipais existentes - o Comathab é um deles,
bem como o Fórum das Cooperativas Habitacionais. Existe hoje constituído em
Porto Alegre o Fórum das Cooperativas Habitacionais, composto por mais de 70
cooperativas que discutem a política do cooperativismo e trazem as suas
demandas na constituição da política habitacional.
Dito isso, nós temos enfrentado, Sr.
Presidente, um debate permanente na CUTHAB, referente às demandas
habitacionais, que não são poucas, e todos nós sabemos que não são de hoje, não
são somente dos últimos 16 anos, é do processo de urbanização que sofreu o
Brasil nessas últimas três décadas, principalmente, ou nos últimos 40 anos,
quando nós invertemos. Na década de 50, no Brasil, nós tínhamos 30% da
população sendo urbana, e 70% da população sendo rural. Com o modelo
desenvolvido durante o processo do regime militar, o êxodo rural trouxe 70% ,
hoje mais de 70%, 85% da população é urbana, e 15% da população é rural, e não
houve estrutura nos três níveis, municipal, estadual e federal que recebesse
todo esse contingente, que preparasse as cidades.
Dito isso, hoje nós temos um conjunto de
projetos do Governo Municipal que estão em andamento, e a nova proposta que o
Governo está oferecendo. Temos o Governo do Estado e o Governo Federal,
inclusive, com um conjunto, neste momento, de recursos, e aqui eu quero dizer
isso porque se encaixa no termo dessa discussão.
Há recursos para programas habitacionais
para pessoas de baixa e média renda, e há bastantes recursos disponíveis em
Porto Alegre. Mas o Município precisa se qualificar para poder receber esses
recursos, e esse Conselho que está sendo proposto, sem dúvida nenhuma, vai vir
para ajudar. Mas nós temos de aprofundar o debate, gostaria que o colega do
PSDB transmitisse isso ao colega Ismael - que está licenciado -, porque ele
colide, neste momento, com outros conselhos já existentes.
Se não for o caso, no debate nós
aperfeiçoaremos, revisaremos esses conselhos e qualificaremos, não criaremos o
sombreamento de conselhos que vão trabalhar paralelamente.
Eu volto aqui, também, para fazer
referência - até porque ontem me referi a isso e a Verª Clênia Maranhão está
aqui no debate hoje - ao PR nº 075/05, que trata sobre as moções e as
proposições que os Vereadores apresentam e a respeito das quais se manifestam.
Ontem, me referi a isso nessa discussão,
dizendo que ela pode ter a boa intenção de auxiliar na agilização dos Processos
desta Casa, mas, por outro lado, ela inibe a discussão de alguns temas que são
importantes, que esta Casa possa debater com a maior plenitude, profundidade,
diversidade e há o contraditório, que devemos, sim, sempre exercitar e ter
presente aqui na Casa. Com este
Projeto, hoje na sua quinta Sessão, o PR nº 075/05, de autoria da Líder do
Governo, Verª Clênia Maranhão, a autora faz com que as resoluções e moções,
tendo a assinatura de um terço dos Vereadores, possam passar direto pela
discussão e serem dadas como aprovadas.
No nosso ponto de vista, está correta a
interpretação, está correta a lógica de agilizar, porém nós ficamos com esse
hiato, que é o aprofundamento das nossas discussões e do contraditório.
Precisaremos, também, no momento da votação, aprofundar a compreensão do seu
Projeto, Verª Clênia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, assistência que nos dá a honra do
seu comparecimento, há em Pauta um Projeto do Ver. João Antonio Dib, que altera
a Lei Orgânica, colocando que o Prefeito Municipal será substituído
primeiramente pelo Vice-Prefeito; no impedimento dele, pelo Presidente da
Câmara de Vereadores; no impedimento do Presidente da Câmara, assume o 1º
Vice-presidente da Câmara de Vereadores; no seu impedimento, o 2º Vice; depois
o 1º Secretário, o 2º Secretário, o 3º Secretário. Se, por uma calamidade,
todos estiverem impedidos de assumir a Prefeitura, assume o Vereador “com a
juventude mais acumulada” desta Casa.
Acho muito importante esse Projeto do
Ver. João Antonio Dib, porque, pela Lei Orgânica anterior, assumia só o
Presidente da Câmara; na falta dele, o Procurador-Geral do Município.
Acho que é importante essa Emenda à Lei
Orgânica, que estabelece claramente uma seqüência de substituição do Sr.
Prefeito Municipal.
Também em Pauta o Projeto da Verª Mônica
Leal que autoriza, no Município, a criação da Central de Informações de
Estoques Excedentes de Hemocomponentes disponíveis para cedência ou troca. É
muito importante esse dado, esse detalhe, porque tristemente, meu caro Ver.
Newton Braga Rosa, V. Exª que é especializado em alta tecnologia sabe que nem
sempre o Município está perfeitamente habilitado com as tecnologias atuais, e,
às vezes, não dispõe dessa informação.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): À conclusão, nobre
Vereador.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente, V. Exª não marcou o tempo?
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Marquei. Marquei.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: E já se esgotou? Então, eu queria
cumprimentar a Verª Mônica Leal que se lembrou dessa necessidade importante
para o Município.
Também o Ver. Luiz Braz coloca uma
questão muito importante para o nosso Município. Inclusive, Ver. Luiz Braz, eu,
que denomino muitos logradouros na nossa Capital, constato, tristemente, que
devem estar faltando 40 a 50 mil placas indicativas de nomes de logradouros. V.
Exª recorda de uma Lei muito importante, a lei que dispõe que os proprietários
dos imóveis localizados nas esquinas, que estiverem sendo construídos, para
obterem o habite-se, têm que colocar a placa indicativa; e podem colocar placa
inclusive contendo publicidade. E não há interesse das empresas em colocar essa
publicidade, porque a publicidade seria de um tamanho muito pequeno, meu grande
amigo Getúlio Dornelles da Silva, que nos honra com a sua presença, aqui em
Porto Alegre e lá em Herval também faltam placas indicativas.
O Ver. Luiz Braz aumenta o tamanho máximo
de 8 centímetros para 15 centímetros, estimulando as empresas a fazerem a publicidade
e a doarem as placas. Inclusive a lei diz que não pode ter o habite-se se não
houver sinalização dessas placas nas esquinas, uma para cada lado da esquina.
Então, V. Exª, Ver. Luiz Braz, vem recordar uma grande necessidade da nossa
Capital, que é informar o nome do logradouro. Eu recebo a indignação diária de
taxistas que não encontram as ruas de Porto Alegre, porque não existe placa. Há
um débito muito grande da Prefeitura para com a Cidade ao não colocar as suas
placas denominativas das ruas, e V. Exª vem incentivar essa possibilidade de as
pessoas obterem essas placas com propaganda, e a Prefeitura também. Onde não é
construído, a Prefeitura pode ceder os postes para serem colocadas essas
placas.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu aprecio muito V. Exª quando está na tribuna falando em Pauta,
porque V. Exª lê todos os Projetos e faz questão de discuti-los a fim de que
eles possam ser aperfeiçoados. Acredito que, com essa medida, Ver. Nedel, nós
vamos conseguir que mais empresas se interessem em fazer com que nossas ruas
possam receber as denominações que ganham aqui, por meio das votações na Câmara
Municipal, e que nós possamos ter uma Cidade realmente mais fácil de ser
trafegada e inclusive de se encontrar mais facilmente os diversos endereços.
Muito obrigado, Vereador.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador, meus cumprimentos pela
oportunidade do seu Projeto.
Eu gostaria de lembrar aqui um projeto do
Presidente Elói Guimarães, que no ano passado ou no ano retrasado foi aprovado
aqui nesta Casa, no sentido de que também as residências tenham numeração, que
o número das residências seja de uma forma que as pessoas possam ler e ver o
número. Esse é um outro problema sério que nós temos: as pessoas não visualizam
a numeração das casas, dos apartamentos - isso é um problema para toda a
população. Os taxistas também reclamam que a Cidade precisa ter os números das
residências com possibilidade de uma maior visualização. Então, cumprimento o
Ver. Luiz Braz e também o Ver. Elói Guimarães que aprovou, mas que, pelo visto,
a Prefeitura não tem cobrado a aplicação dessa numeração com facilidade para
ser visualizada. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR.PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Verª Maristela Maffei está
com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Senhoras Vereadoras,
Senhores Vereadores, senhoras e senhores, público que nos assiste, venho
novamente a esta tribuna, hoje pela segunda vez, falar sobre o Projeto que
oficializa o dia 11 de outubro como o Dia Municipal de Luta por Creches,
passando a integrar o calendário de eventos oficiais de Porto Alegre. Hoje
mesmo, Ver. Sofia Cavedon, ouvia os comentaristas da Rádio Bandeirantes tecendo
várias críticas em relação a fato de que nós dávamos muitos nomes de rua -
alguns temas que eles não consideram relevantes. Agora, Ver. Elói Guimarães,
não colocar nomes em ruas é não reconhecer a sua Cidade, é não respeitar as
comunidades. E um Projeto como esse, quando não se entra no mérito, talvez não
se tenha total conhecimento do seu mérito; e também nem sempre os meios de
comunicação nos dão o espaço necessário para nos aprofundarmos nesse tema. Então,
é importante termos essa relação, cada vez mais próxima com os meios de
comunicação da nossa Cidade, Verª Neuza Canabarro, para podermos dialogar, e
até mesmo sofrermos as críticas, ou não, até para melhorar o nosso conteúdo em
relação a determinados temas.
Vejam só, senhoras e senhores, que a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996, incorpora a Educação
Infantil no sistema. Consta no texto referente à Educação Infantil o seguinte:
art. 21 - a educação escolar compõe-se de: I - educação básica, formada pela
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; da Educação Infantil:
art. 29 - A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade. A
educação infantil será oferecida em creches ou entidades equivalentes para
crianças de até três anos de idade, e a pré-escola para as crianças de quatro a
seis nos de idade.
Em Porto Alegre, muito antes da nova LDB,
a Educação Infantil faz parte do Sistema Municipal de Educação, tendo
constituído na rede, desde 1989, um conjunto de Escolas Infantis e
posteriormente incorporando toda uma rede de Creches.
No dia 12 de outubro se comemora o Dia da
Criança, é feriado, mas no dia 11 nós queremos estabelecer como sendo o dia em
que as pessoas estão circulando nos seus trabalhos, nas ruas, na vida; nós
queremos fazer esse diálogo muito mais presente também nesta Casa, colaborando
até por saber que muitas e muitas crianças ainda não têm atendimento para que
possamos construir em conjunto uma grande discussão, mas também objetivarmos
questões práticas para buscarmos soluções em relação a esses problemas.
E finalizando a minha fala, Sr.
Presidente, informo que de 9 a 12 de maio, em Canela, nós teremos a 6ª Semana
do Bebê, quando também vamos estar discutindo esse tema.
Verª Clênia, peço que V. Exª fique
tranqüila, porque o que aconteceu aqui em Porto Alegre foi apenas um
probleminha, uma crise de casamento entre a Administração Popular e a
população, mas o amor é outro conceito, o amor continua com a comunidade de
Porto Alegre, e, portanto, nós estamos, todos os dias, ajudando a trazer mais
gente para o Orçamento Participativo, porque temos de garantir que ele não seja
institucionalizado e que ele permaneça muito vivo. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerramos o período
de Pauta.
Havendo quórum, passamos à
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
1.º
TURNO
PROC. N.º 1408/05 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 004/05, de autoria do
Governo Municipal, que altera e dá nova redação ao inciso I do §6º, e ao inciso
I do § 7º, todos do art. 121 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre.(prazo/plurianual) Com Emenda n.º
02.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e
CUTHAB. Relator-Geral Ver. Paulo Odone: pela aprovação do Projeto e da
Emenda n.º 02.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros
da CMPA, em ambos os turnos - art. 130 do Regimento da CMPA;
- votação nominal ns termos do art. 174, II, do Regimento da
CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 20-04-05.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o
PELO nº 004/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
Em votação nominal a Emenda nº 02 ao PELO
nº 004/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 28 votos SIM.
VOTAÇÃO NOMINAL
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3982/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 171/04,
de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que altera o art. 2º da Lei n.º 1.943, de 5
de maio de 1959, que dá denominação a logradouros públicos, denominando Praça
Thomas Gabriel da Silva Neves a atual Praça Tibiriçá.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, §2º, IV da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia, por força do
art. 81 da LOM, em 18-04-05;
- retirado da ordem do dia em 20-04-05;
- reincluído na Ordem do Dia em 28-04-05.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o
PLL nº 171/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0107/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 042/05, de autoria do Ver.
Raul Carrion, que destina Sessão Solene alusiva à comemoração da Revolução
Farroupilha, anualmente, em data a ser definida pela Mesa Diretora, antecedendo
o dia 20 de setembro.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em
13-04-05;
- adiada a discussão por uma Sessão, em 20-04-05.
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº
042/05. (Pausa.)
Está sendo requerido, pelo Ver. Raul
Carrion, o adiamento deste Projeto por duas Sessões.
Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Raul Carrion, solicitando o adiamento da discussão do PR nº 042/05 por
duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito verificação nominal de quórum.
(Encerra-se a Sessão às 18h21min.)
*
* * * *